sábado, 9 de outubro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
A catástrofe ambiental no Golfo do México
A Copa do Mundo colocou uma cortina frente à catástrofe ambiental no Golfo do México. Cadê as sanções contra os EUA? Quem faria essa cobrança?
Os problemas de grande vulto são sempre minimizados. Quando não é o Carnaval é O Futebol. O que não ocorre internamente em países como EUA, Inglaterra ...
Fica aqui a sugestão de leitura e debate.
Postado por Júlio Cesar
A catástrofe ambiental do Golfo do México, de dimensões ainda subestimadas, nos oferece um bom momento de reflexão sobre o esgotamento da era das energias fósseis ou sujas.
Larissa Ramina
O economista Ignacy Sachs, em evento na recém-criada Unila - Universidade da Integração Latino-Americana - alertava para a ocorrência de várias crises conjugadas nessa mudança de século. Enumerava a crise financeira e especulativa nos EUA, a crise sócio-econômica de âmbito mundial, a crise epistemológica, da forma como pensar o desenvolvimento, e a crise ambiental, que remete à co-evolução da espécie humana com a biosfera.
Dizia ele que a solução para a crise ambiental estaria justamente em efetuar uma saída ordenada da era das energias fósseis, que teve início no século XVII com o carvão, o gás e o petróleo. Não se trataria de uma volta às civilizações tradicionais do vegetal, e sim de uma nova transição em direção ao que chamou de “biocivilizações do futuro”, com o uso inteligente e múltiplo das biomassas – bioprodutos produzidos por biorefinarias.
O grande desafio do século XXI, entretanto, estaria em encontrar uma fórmula para mitigar as mudanças climáticas e ao mesmo tempo gerar progresso social. Trata-se de fazer convergir o ambiental e o social, criando “empregos verdes”. Justamente aqui estaria a grande tarefa: encontrar o equilíbrio entre os objetivos sociais e os ambientais. As respostas estariam na transição para a economia de matriz energética limpa, subordinada a um triplo critério, quais sejam, uma economia socialmente includente, ambientalmente sustentável e economicamente viável. Por óbvio a
segurança energética não pode atropelar a segurança alimentar.
A sociedade tecnológica atual, com alto uso das energias fósseis que provocam o aquecimento global, levou a globalização a extremos que não se justificam. Porque temos que comer frutas que amadurecem no verão durante o inverno, trazendo as frutas de avião? O padrão de trocas internacionais é totalmente irracional.
Deveríamos inserir no centro do debate sobre a crise ambiental a redução do padrão da demanda energética. O consumo aumenta a um ritmo maior do que a descoberta de novas jazidas, e estas, por sua vez, são de mais difícil acesso, e logo com custos de produção mais elevados e maiores riscos ambientais.
Inevitável estabelecermos um paralelo entre a plataforma do Golfo do México e o pré-sal brasileiro, situado a 7000 metros abaixo do sal. A questão ética está em decidir explorar ou não essas novas jazidas. Se a resposta for positiva, devemos dar um bom destino a essas riquezas. A riqueza gerada deve ser usada para construir a transição a um mundo pós-petróleo. Assim, buscaríamos uma resposta simultânea aos dois desafios do século: mudanças climáticas e passivo social. Os estômagos vazios não decorrem de um déficit de produção, mas de um déficit do poder de compra. O ambiental deve estar sempre junto com o social, e a crise ambiental recoloca no centro do debate a crise social.
Quanto aos riscos ambientais, como o de um vazamento no mar, ou o impacto negativo do aquecimento global, caberá a nós fazermos a reflexão. Estamos iniciando a substituição da matriz energética suja, e o sucesso dependerá de todo o planeta. Cooperação internacional, certamente, é um dos ingredientes que não poderá faltar.
LARISSA RAMINA é Doutora em Direito Internacional pela USP e Professora da UniBrasil e da UniCuritiba.
Colado de
Os problemas de grande vulto são sempre minimizados. Quando não é o Carnaval é O Futebol. O que não ocorre internamente em países como EUA, Inglaterra ...
Fica aqui a sugestão de leitura e debate.
Postado por Júlio Cesar
A catástrofe ambiental do Golfo do México, de dimensões ainda subestimadas, nos oferece um bom momento de reflexão sobre o esgotamento da era das energias fósseis ou sujas.
Larissa Ramina
O economista Ignacy Sachs, em evento na recém-criada Unila - Universidade da Integração Latino-Americana - alertava para a ocorrência de várias crises conjugadas nessa mudança de século. Enumerava a crise financeira e especulativa nos EUA, a crise sócio-econômica de âmbito mundial, a crise epistemológica, da forma como pensar o desenvolvimento, e a crise ambiental, que remete à co-evolução da espécie humana com a biosfera.
Dizia ele que a solução para a crise ambiental estaria justamente em efetuar uma saída ordenada da era das energias fósseis, que teve início no século XVII com o carvão, o gás e o petróleo. Não se trataria de uma volta às civilizações tradicionais do vegetal, e sim de uma nova transição em direção ao que chamou de “biocivilizações do futuro”, com o uso inteligente e múltiplo das biomassas – bioprodutos produzidos por biorefinarias.
O grande desafio do século XXI, entretanto, estaria em encontrar uma fórmula para mitigar as mudanças climáticas e ao mesmo tempo gerar progresso social. Trata-se de fazer convergir o ambiental e o social, criando “empregos verdes”. Justamente aqui estaria a grande tarefa: encontrar o equilíbrio entre os objetivos sociais e os ambientais. As respostas estariam na transição para a economia de matriz energética limpa, subordinada a um triplo critério, quais sejam, uma economia socialmente includente, ambientalmente sustentável e economicamente viável. Por óbvio a
segurança energética não pode atropelar a segurança alimentar.
A sociedade tecnológica atual, com alto uso das energias fósseis que provocam o aquecimento global, levou a globalização a extremos que não se justificam. Porque temos que comer frutas que amadurecem no verão durante o inverno, trazendo as frutas de avião? O padrão de trocas internacionais é totalmente irracional.
Deveríamos inserir no centro do debate sobre a crise ambiental a redução do padrão da demanda energética. O consumo aumenta a um ritmo maior do que a descoberta de novas jazidas, e estas, por sua vez, são de mais difícil acesso, e logo com custos de produção mais elevados e maiores riscos ambientais.
Inevitável estabelecermos um paralelo entre a plataforma do Golfo do México e o pré-sal brasileiro, situado a 7000 metros abaixo do sal. A questão ética está em decidir explorar ou não essas novas jazidas. Se a resposta for positiva, devemos dar um bom destino a essas riquezas. A riqueza gerada deve ser usada para construir a transição a um mundo pós-petróleo. Assim, buscaríamos uma resposta simultânea aos dois desafios do século: mudanças climáticas e passivo social. Os estômagos vazios não decorrem de um déficit de produção, mas de um déficit do poder de compra. O ambiental deve estar sempre junto com o social, e a crise ambiental recoloca no centro do debate a crise social.
Quanto aos riscos ambientais, como o de um vazamento no mar, ou o impacto negativo do aquecimento global, caberá a nós fazermos a reflexão. Estamos iniciando a substituição da matriz energética suja, e o sucesso dependerá de todo o planeta. Cooperação internacional, certamente, é um dos ingredientes que não poderá faltar.
LARISSA RAMINA é Doutora em Direito Internacional pela USP e Professora da UniBrasil e da UniCuritiba.
Colado de
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Chomsky diz que o barbarismo do nosso tempo começou com o golpe de 1964 no Brasil
Chomsky e o golpe de 64
Por Miriam
Ao receber o prêmio Erich Fromm 2010, no último dia 23 de março, em Stuttgart, na Alemanha, Noam Chomsky procedeu à leitura de seu discurso “The evil scourge of terrorism”: Reality, construction, remedy” (O perverso flagelo do terrorismo: Realidade, construção e remédio).
Em vigorosa explanação, ele detalha o mecanismo do terrorismo atual, a partir e após o governo Reagan, vasculhando também nos governos Eisenhower e Kennedy.
Os golpes, invasões, as mazelas da CIa e inteligência militar usadas contra Cuba, Nicarágua, El Salvador, Líbia, Irã, Afeganistão,Teologia da Libertação, Argentina, Chile, Brasil, são expostos como partes da estratégia e campanha dos governos norte americanos de deter a conscientização dos povos para a libertação do seu domínio. Campanha esta que teria terminado somente alguns dias depois da queda do muro de Berlim, em 1989, com o assassinato de jesuítas em El Salvador.
Aqui tradução livre de alguns trechos que nos tocam diretamente:
“À parte Cuba, a praga do estado de terror no hemisfério ocidental foi iniciada com o golpe basileiro em 1964, instalando a primeira de uma série de Estados neo-nazi de Segurança Nacional e inciando uma praga de repressão sem precedente no hemisfério, sempre fortemente apoiados por Washington, fonte de uma particularmente forma de estado-dirigente de terrorismo insternacional. A campanha foi em substancial medida, uma guerra contra a Igreja. Foi mais do que simbólico que culminou no assassinato de seis intelectuais dirigentes latino americanos, padres jesuítas, em Novembro de 1989, poucos dias depois da gueda do muro de Berlim. Eles foram mortos por uma elite do batalhão salvadorenho, recentemente retreinados na Escola de Forças Especiais John F.Kennedy, na Carolina do Nort. Como foi aprendida no último Novembro, mas aparentemente não despertou interesse, a ordem para o assassinato foi assinada pelo chefe do staff e seus associados, todos eles tão estritamente conectados com o Pentágono e a Embaixada dos Estados Unidos, que se tornou muito difícil imaginar que Washington estava alheio aos planos de seu batalhão modelo. A força de elite já tinha deixado um rastro de sangue das vítimas usuais através de hedionda década de 1980 em El Salvador, que se iniciou com o assassinato do Arcebispo Romero, “a voz dos sem voz”, pelas mesmas mãos.
O assassínio dos padres jesuítas foi um duro golpe para a teologia da libertação, o notável reviver do Cristianismo iniciado pelo Papa João XXIII, no Vaticano II, que ele iniciou em 1962, no evento que “introduziu uma nova era na história da Igreja Católica”, nas palavras do renomado teólogo e historiador do cristianismo Hans King. Inspirado pelo Vaticano II, os Bispos da América Latina adotaram “a opção preferencial pelos pobres”, reavivando o pacifismo radical dos Evangelhos que tinham sido eliminados quando o Imperador Constantino estabeleceu o cristianismo como a religião do Império Romano – “a revolução” que converteu “a igreja perseguida” para uma “igreja perseguida”, nas palavras do Rei. No pós-Vaticano II, atentos para reviver o Cristianismo do período pré-Constantino, padres, freiras e leigos levaram a mensagem dos Evangelhos para os pobres e os perseguidos, trouxeram-nos juntos em “bases comunitárias” e os encorajaram a levar seus destinos com suas próprias mãos e trabalharem juntos para acabar a miséria da sobrevivência em brutais domínios de poder dos Estados Unidos.
A reação para essa grave heresia, não estava longe de vir. A primeira desculpa foi o golpe militar no Brasil em 1964, derrubando um governo algo democrático social e instituindo um regime de tortura e violência. A campanha terminou com o assassínio dos jesuítas intelectuais 20 anos atrás. Tem havido muito debate sobre quem merece crédito pela queda do muro de Berlim, mas não há nenhum sobre a responsabilidade pela brutal demolição da tentativa para reviver a igreja dos Evangelhos. A Escola de Washington das Américas, famosa por seu treinamento de matadores latino americanos, orgulhosamente anunciou uma vez, entre os seus itens listados, que a teologia da libertação foi derrotada com a assistência da armada dos Estados Unidos — dado uma mão, sem dúvida ao Vaticano, usando os mais gentis meios de expulsão e supressão.
Como recordam, o último novembro foi dedicado à celebração do 20º aniversário da liberação do leste da Europa da tirania russa, uma vitória das forças do “amor, tolerância,não violência, o espírito humano e perdão”, como Vaclav Havel declarou.Menos atenção – de fato, virtualmente zero – foi devotada para o brutal assassinato de seus contrapartes salvadorenhos, poucos dias depois que o muro de Berlim caiu. E eu duvido que alguém poderia mesmo achar uma alusão para o que aquele brutal assassinato significou: o fim de uma década de terror vicioso na América Central e o triunfo final do “retorno ao barbarismo do nosso tempo”, que se iniciou com o golpe brasileiro de 1964, deixando muitos mártires religiosos em sua vigília e terminando a heresia iniciada no Vaticano II – não exatamente uma era de “amor, tolerância, não violencia, o espírito humanitários e perdão.”
http://chomsky.info/talks/20100323.htm
Autor:luizhenriquemendes - Categoria(s): História
Tags: ditadura militar, golpe de 64, Noam Chomsky
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/03/31/chomsky-e-o-golpe-de-64/
Por Miriam
Ao receber o prêmio Erich Fromm 2010, no último dia 23 de março, em Stuttgart, na Alemanha, Noam Chomsky procedeu à leitura de seu discurso “The evil scourge of terrorism”: Reality, construction, remedy” (O perverso flagelo do terrorismo: Realidade, construção e remédio).
Em vigorosa explanação, ele detalha o mecanismo do terrorismo atual, a partir e após o governo Reagan, vasculhando também nos governos Eisenhower e Kennedy.
Os golpes, invasões, as mazelas da CIa e inteligência militar usadas contra Cuba, Nicarágua, El Salvador, Líbia, Irã, Afeganistão,Teologia da Libertação, Argentina, Chile, Brasil, são expostos como partes da estratégia e campanha dos governos norte americanos de deter a conscientização dos povos para a libertação do seu domínio. Campanha esta que teria terminado somente alguns dias depois da queda do muro de Berlim, em 1989, com o assassinato de jesuítas em El Salvador.
Aqui tradução livre de alguns trechos que nos tocam diretamente:
“À parte Cuba, a praga do estado de terror no hemisfério ocidental foi iniciada com o golpe basileiro em 1964, instalando a primeira de uma série de Estados neo-nazi de Segurança Nacional e inciando uma praga de repressão sem precedente no hemisfério, sempre fortemente apoiados por Washington, fonte de uma particularmente forma de estado-dirigente de terrorismo insternacional. A campanha foi em substancial medida, uma guerra contra a Igreja. Foi mais do que simbólico que culminou no assassinato de seis intelectuais dirigentes latino americanos, padres jesuítas, em Novembro de 1989, poucos dias depois da gueda do muro de Berlim. Eles foram mortos por uma elite do batalhão salvadorenho, recentemente retreinados na Escola de Forças Especiais John F.Kennedy, na Carolina do Nort. Como foi aprendida no último Novembro, mas aparentemente não despertou interesse, a ordem para o assassinato foi assinada pelo chefe do staff e seus associados, todos eles tão estritamente conectados com o Pentágono e a Embaixada dos Estados Unidos, que se tornou muito difícil imaginar que Washington estava alheio aos planos de seu batalhão modelo. A força de elite já tinha deixado um rastro de sangue das vítimas usuais através de hedionda década de 1980 em El Salvador, que se iniciou com o assassinato do Arcebispo Romero, “a voz dos sem voz”, pelas mesmas mãos.
O assassínio dos padres jesuítas foi um duro golpe para a teologia da libertação, o notável reviver do Cristianismo iniciado pelo Papa João XXIII, no Vaticano II, que ele iniciou em 1962, no evento que “introduziu uma nova era na história da Igreja Católica”, nas palavras do renomado teólogo e historiador do cristianismo Hans King. Inspirado pelo Vaticano II, os Bispos da América Latina adotaram “a opção preferencial pelos pobres”, reavivando o pacifismo radical dos Evangelhos que tinham sido eliminados quando o Imperador Constantino estabeleceu o cristianismo como a religião do Império Romano – “a revolução” que converteu “a igreja perseguida” para uma “igreja perseguida”, nas palavras do Rei. No pós-Vaticano II, atentos para reviver o Cristianismo do período pré-Constantino, padres, freiras e leigos levaram a mensagem dos Evangelhos para os pobres e os perseguidos, trouxeram-nos juntos em “bases comunitárias” e os encorajaram a levar seus destinos com suas próprias mãos e trabalharem juntos para acabar a miséria da sobrevivência em brutais domínios de poder dos Estados Unidos.
A reação para essa grave heresia, não estava longe de vir. A primeira desculpa foi o golpe militar no Brasil em 1964, derrubando um governo algo democrático social e instituindo um regime de tortura e violência. A campanha terminou com o assassínio dos jesuítas intelectuais 20 anos atrás. Tem havido muito debate sobre quem merece crédito pela queda do muro de Berlim, mas não há nenhum sobre a responsabilidade pela brutal demolição da tentativa para reviver a igreja dos Evangelhos. A Escola de Washington das Américas, famosa por seu treinamento de matadores latino americanos, orgulhosamente anunciou uma vez, entre os seus itens listados, que a teologia da libertação foi derrotada com a assistência da armada dos Estados Unidos — dado uma mão, sem dúvida ao Vaticano, usando os mais gentis meios de expulsão e supressão.
Como recordam, o último novembro foi dedicado à celebração do 20º aniversário da liberação do leste da Europa da tirania russa, uma vitória das forças do “amor, tolerância,não violência, o espírito humano e perdão”, como Vaclav Havel declarou.Menos atenção – de fato, virtualmente zero – foi devotada para o brutal assassinato de seus contrapartes salvadorenhos, poucos dias depois que o muro de Berlim caiu. E eu duvido que alguém poderia mesmo achar uma alusão para o que aquele brutal assassinato significou: o fim de uma década de terror vicioso na América Central e o triunfo final do “retorno ao barbarismo do nosso tempo”, que se iniciou com o golpe brasileiro de 1964, deixando muitos mártires religiosos em sua vigília e terminando a heresia iniciada no Vaticano II – não exatamente uma era de “amor, tolerância, não violencia, o espírito humanitários e perdão.”
http://chomsky.info/talks/20100323.htm
Autor:luizhenriquemendes - Categoria(s): História
Tags: ditadura militar, golpe de 64, Noam Chomsky
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/03/31/chomsky-e-o-golpe-de-64/
O novo Plano Nacional de Educação
26/05/2010 - Articulação entre União, estados e municípios deve nortear novo Plano Nacional da Educação
O próximo Plano Nacional de Educação, que ordenará as ações no setor para o período de 2011 a 2020, deverá articular o Sistema Nacional de Educação em regime de colaboração e definir metas de aplicação de recursos em educação, atrelados a proporção do PIB (produto Interno Bruto). A afirmação é da consultora legislativa da Câmara dos Deputados, Mariza Abreu, ao analisar os resultados da Conferência Nacional de Educação (Conae), realizada de 28 de março a 1º de abril, em Brasília.
Ela participa de audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Primeiro a falar aos senadores, Francisco das Chagas Fernandes, secretário-executivo adjunto do Ministério da Educação e coordenador-geral da Conae, também destacou a articulação entre municípios, estados e governo federal como um dos principais desafios para o setor. O novo Plano Nacional de Educação precisa ser submetido ao Congresso para ser adotado pelo governo a partir do próximo ano.
Também Leocádia Maria da Hora Neta, representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação, destacou a necessidade de maior participação da União na educação básica, aumentando a fatia do PIB a ser alocada na educação. Requerimento propondo o debate foi apresentado pelas senadoras Rosalba Ciarlini (DEM-RN) e Marisa Serrano (PSDB-MS) e a audiência pública está sendo conduzida pela presidente da CE, senadora Fátima Cleide (PT-RO).
Da Agência Senado - Fonte:
----------------------------------------------------------------------------------
06/04/2010 - A regulação do ensino privado
Plano Nacional de Educação terá proposta para apertar controle de ensino privado
Luciano Máximo, de Brasília.
Inspirado nas agências reguladoras de atividades como saúde, energia e petróleo, professores, pais e alunos, gestores públicos, sindicalistas e representantes de organizações sociais querem que o poder público aperte a regulação da educação particular, com foco maior no ensino superior. Cerca de 3 mil delegados reunidos na 1ª Conferência Nacional de Educação (Conae), encerrada na quinta-feira, em Brasília, aprovaram proposta prevendo que no âmbito de um sistema nacional articulado “o Estado deve normatizar, controlar e fiscalizar todas as instituições de ensino sob os mesmos parâmetros e exigências aplicados no setor público”.
A reivindicação deve ser incluída no Plano Nacional da Educação (PNE), documento com as principais políticas públicas educacionais dos próximos dez anos, que em breve entrará na lista de prioridades do Congresso Nacional. Na prática, a conferência definiu que a educação passe a ser interpretada legalmente como um bem público e sua oferta pela iniciativa privada se dê por meio de concessão. Para vingar, a ideia depende de alteração do artigo 209 da Constituição, que prevê a livre iniciativa no setor.
Do Valor - Fonte:
O próximo Plano Nacional de Educação, que ordenará as ações no setor para o período de 2011 a 2020, deverá articular o Sistema Nacional de Educação em regime de colaboração e definir metas de aplicação de recursos em educação, atrelados a proporção do PIB (produto Interno Bruto). A afirmação é da consultora legislativa da Câmara dos Deputados, Mariza Abreu, ao analisar os resultados da Conferência Nacional de Educação (Conae), realizada de 28 de março a 1º de abril, em Brasília.
Ela participa de audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Primeiro a falar aos senadores, Francisco das Chagas Fernandes, secretário-executivo adjunto do Ministério da Educação e coordenador-geral da Conae, também destacou a articulação entre municípios, estados e governo federal como um dos principais desafios para o setor. O novo Plano Nacional de Educação precisa ser submetido ao Congresso para ser adotado pelo governo a partir do próximo ano.
Também Leocádia Maria da Hora Neta, representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação, destacou a necessidade de maior participação da União na educação básica, aumentando a fatia do PIB a ser alocada na educação. Requerimento propondo o debate foi apresentado pelas senadoras Rosalba Ciarlini (DEM-RN) e Marisa Serrano (PSDB-MS) e a audiência pública está sendo conduzida pela presidente da CE, senadora Fátima Cleide (PT-RO).
Da Agência Senado - Fonte:
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06/04/2010 - A regulação do ensino privado
Plano Nacional de Educação terá proposta para apertar controle de ensino privado
Luciano Máximo, de Brasília.
Inspirado nas agências reguladoras de atividades como saúde, energia e petróleo, professores, pais e alunos, gestores públicos, sindicalistas e representantes de organizações sociais querem que o poder público aperte a regulação da educação particular, com foco maior no ensino superior. Cerca de 3 mil delegados reunidos na 1ª Conferência Nacional de Educação (Conae), encerrada na quinta-feira, em Brasília, aprovaram proposta prevendo que no âmbito de um sistema nacional articulado “o Estado deve normatizar, controlar e fiscalizar todas as instituições de ensino sob os mesmos parâmetros e exigências aplicados no setor público”.
A reivindicação deve ser incluída no Plano Nacional da Educação (PNE), documento com as principais políticas públicas educacionais dos próximos dez anos, que em breve entrará na lista de prioridades do Congresso Nacional. Na prática, a conferência definiu que a educação passe a ser interpretada legalmente como um bem público e sua oferta pela iniciativa privada se dê por meio de concessão. Para vingar, a ideia depende de alteração do artigo 209 da Constituição, que prevê a livre iniciativa no setor.
Do Valor - Fonte:
segunda-feira, 24 de maio de 2010
ESCOLA MUNICIPAL DE BANGU É NOVAMENTE DEPREDADA!
Em visita às escolas de nossa regional constatamos que a EM Pres. Médici foi novamente depredada. A U.E. tem sido alvo de constantes ataques do vandalismo. Em recente visita da SME à escola foram prometidas obras e até agora elas não começaram.
O aspecto da escola hoje era desolador, telhas francesas espatifadas no pátio, funcionários e professores tristes e cabisbaixos, um silêncio mortiço num ambiente que deveria estar fervilhante de vida.
Há que ser aberto um diálogo da escola com a comunidade.
Há que se lotar a escola com funcionários e professores para que ela, que já foi uma referência no bairro, junto à comunidade elabore seu projeto pedagógico, que hoje é imposto, sem a discussão da comunidade escolar.
Trazer a comunidade é condição para uma educação de qualidade, e para isso o funcionamento da U.E. deve ser pleno. Pleno de investimento da prefeitura, investimento na comunidade e nos profissionais.
Vamos cobrar uma atitude da SME.
O aspecto da escola hoje era desolador, telhas francesas espatifadas no pátio, funcionários e professores tristes e cabisbaixos, um silêncio mortiço num ambiente que deveria estar fervilhante de vida.
Há que ser aberto um diálogo da escola com a comunidade.
Há que se lotar a escola com funcionários e professores para que ela, que já foi uma referência no bairro, junto à comunidade elabore seu projeto pedagógico, que hoje é imposto, sem a discussão da comunidade escolar.
Trazer a comunidade é condição para uma educação de qualidade, e para isso o funcionamento da U.E. deve ser pleno. Pleno de investimento da prefeitura, investimento na comunidade e nos profissionais.
Vamos cobrar uma atitude da SME.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Resíduo eletrônico: O que fazer?
Seu computador estraga ou você decide comprar um novo celular. O que você faz com o equipamento antigo? Segundo o professor de Engenharia de Materiais da UFGRS, Hugo Veit, os brasileiros produzem cerca de 300 mil toneladas de resíduo eletrônico anualmente. Infelizmente, o país ainda não tem locais apropriados para descarte desses equipamentos.
Em entrevista, por telefone, à IHU On-Line, Veit alerta para os riscos ambientais que os resíduos eletrônicos podem trazer. “A composição química desses resíduos é muito variada. Se esses metais forem descartados de forma incorreta na natureza, eles vão contaminar o solo, o lençol freático, a água, e, de uma forma ou de outra, isso volta para nós”, destaca. Para o professor, uma das formas para evitar a grande produção deste tipo de lixo é frear o consumismo, uma tarefa nada fácil. “É difícil desmaterializarmos. Temos a vontade de sempre acompanhar a tecnologia, com equipamentos mais novos", defende.
Hugo Veit possui graduação em Engenharia Metalúrgica, mestrado e doutorado em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente, é professor da Escola de Engenharia/Departamento de Materiais e pesquisador do Laboratório de Corrosão, Proteção e Reciclagem de Materiais (LACOR).
Confira a entrevista.
IHU On-Line – O que pode ser considerado resíduo eletrônico?
Hugo Veit – Todo o tipo de equipamento como mp3, mp4, computador e celular. Esses aparelhos são considerados eletro-eletrônicos, assim como suas pilhas e baterias. Tudo isso é lixo eletro-eletrônico. O que acontece hoje é que a linha branca, que contempla geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupas etc., que antigamente não se enquadravam como lixo eletrônico, começa a fazer parte deste grupo, já que têm em seu sistema cada vez mais eletrônicos embarcados.
IHU On-Line – Onde vão parar os resíduos eletrônicos e qual é o lugar certo?
Hugo Veit – Existem vários destinos para esse lixo. No campo doméstico, não há onde depositá-los, então, muita gente ainda descarta celulares, televisores e computadores velhos junto ao lixo seco. Atualmente, as grandes empresas ou órgãos públicos fazem parcerias, principalmente com ONGs, para remanufatura ou reciclagem.
Eles recebem equipamentos defeituosos ou obsoletos, como processadores, por exemplo, e utilizam as peças para remontar produtos que estejam em condição de uso.
Depois, esses aparelhos geralmente são doados para centros de inclusão digital. Os consumidores domésticos que possuem lixo eletrônico em casa devem levá-lo a esses órgãos sociais, não existe alternativa. Não existem pontos de coleta para esse tipo de resíduo, com exceção de pilhas e baterias. Como o volume é menor, encontramos depósitos para esse tipo de produto em bancos e universidades, por exemplo. As operadoras de celulares também disponibilizam urnas de coleta para celulares obsoletos. O ideal seria levar esse material para indústrias de reciclagem, mas como elas não existem de forma esquematizada no Brasil, o essencial é não misturar o lixo eletrônico com o lixo orgânico ou seco. Caso não haja uma urna de coleta próxima, é interessante procurar entidades sociais que aceitam doações de equipamentos estragados.
IHU On-Line – Que tipo de problemas ambientais os resíduos eletrônicos podem trazer?
Hugo Veit – Vários tipos, pois a composição química desses resíduos é muito variada. Em sua fabricação, são utilizados muitos tipos de metais, e alguns deles são tóxicos. Há chumbo, mercúrio e cádmio, por exemplo. Se esses metais forem descartados de forma incorreta na natureza, eles vão contaminar o solo, o lençol freático, a água, e, de uma forma ou de outra, isso volta para nós. Há outros tipos de compostos químicos que se misturam ao plástico da carcaça do aparelho, que são à base de bromo. Esses compostos são utilizados como retardadores de chama. É uma questão de segurança, mas, no momento da reciclagem, esses compostos, em contato com a natureza, serão prejudiciais à saúde humana. Eles atacam o sistema nervoso, endócrino e respiratório.
IHU On-Line – Qual é o volume brasileiro de lixo eletrônico?
Hugo Veit – Não temos uma estatística muito confiável de quanto resíduo é gerado. O que se tem são dados de vendas de equipamentos. No ano passado, foram vendidos cerca de 40 milhões de celulares e 12 milhões de computadores no Brasil. Cada aparelho tem uma vida útil específica, no caso do celular, é de mais ou menos um ano e meio. No final desse tempo, milhões de aparelhos vão para o lixo. No caso dos computadores, a vida útil é de cerca de três anos.
"Se somarmos todos os produtos, produzimos cerca de 300 mil toneladas por ano de resíduo eletrônico”
A estatística em torno da quantidade de resíduos ainda é insuficiente. O que se tem é um relatório da ONU. No ano passado, foi publicado um relatório com dados de 2005. No trabalho de pesquisa da organização, chegou-se a valores de meio quilo de resíduos de computador por habitante, anualmente, no Brasil. Se pensarmos nisso, levando em conta que temos cerca de 190 milhões de habitantes, teremos 95 milhões de quilos de resíduos só de computadores. No caso dos televisores, são 0,6 quilos por habitantes. Se somarmos todos os produtos, produzimos cerca de 300 mil toneladas por ano de resíduo eletrônico.
IHU On-Line – O senhor pode nos explicar quais são as rotas que podem ser usadas para reciclagem?
Hugo Veit – Há dois tipos de reciclagem: a de metal e a de plásticos. Na parte de metais, temos,
basicamente, quatro rotas possíveis, todas baseadas em processos metalúrgicos, de fabricação de metais a partir da natureza. Existe a pirometalurgia, cuja ideia é baseada em processos térmicos com a fundição do resíduo. Quando imaginamos um resíduo eletrônico dentro de um forno, por exemplo, a ideia é queimá-lo. A parte plástica irá evaporar e a parte metálica vai virar uma liga metálica. É a partir dessa liga que se separa o cobre do ferro, do alumínio etc. O problema dessa rota é que, como estamos queimando o lixo, e a parte plástica é tóxica, devemos ter um bom sistema de escapamento. Porém, processos térmicos têm um grande consumo energético, já que exigem altas temperaturas.
Outra rota é a hidrometalurgia. A ideia é lavar o resíduo para dissolver a parte metálica e levar os metais para uma solução iônica. Assim, podemos separá-los entre si.
A terceira rota é o processamento mecânico, onde se utiliza a diferença de propriedades físicas. Sabemos que alguns metais são mais pesados, magnéticos ou condutores.
A quarta rota para reciclar metais é eletrometalurgia, que, ao invés de conservar os metais na forma sólida, os dissolvem em uma solução iônica, onde podemos reduzi-los a uma célula para que os metais possam ser separados.
Na parte dos plásticos, temos algumas alternativas com três rotas principais: a reciclagem mecânica, química e energética. A reciclagem energética é baseada na ideia de que o plástico é originado do petróleo, e que, em princípio, ele é um combustível que pode ser queimado para a geração de energia. Claro que não é uma queima a céu aberto, é uma queima controlada.
A reciclagem química tem a ideia de pegar o plástico dos equipamentos e transformá-los novamente em um produto petroquímico, como se estivéssemos partindo do petróleo e usando-o para fazer plástico.
Por fim, a reciclagem mecânica é a mais utilizada. Consiste em quebrar o plástico, pegar um tipo de polímero, cuidando para separar os plásticos por tipos, triturá-lo, e, com esse material moído, fazer uma peça plástica. Isso pode ser feito com 100% de material reciclado ou com um percentual de material novo.
IHU On-Line – O setor informal pode reciclar também esses resíduos?
Hugo Veit – Isso é muito complicado. A grande dificuldade da reciclagem de eletro-eletrônicos é a complexidade. Não é uma reciclagem simples e manual. Associações de catadores, por exemplo, não terão equipamentos mais sofisticados para separar esses materiais. É diferente de pegar lixo seco e fazer a separação dos componentes. A reciclagem de eletrônicos envolve processos industriais mais elaborados, com várias etapas.
IHU On-Line – De que forma a sociedade mundial precisa avançar para a desmaterialização?
Hugo Veit – É difícil desmaterializarmos. Temos a vontade de sempre acompanhar a tecnologia, com equipamentos mais novos, mais modernos, com mais recursos. Isso se dá também pela vida útil muito curta dos aparelhos. Porém, muitas vezes, trocamos de celular, por exemplo, não porque ele estragou, mas porque queremos um novo. Esta é uma questão de educação ambiental.
"Muitas vezes, trocamos de celular, por exemplo, não porque ele estragou, mas porque queremos um novo"
A educação de casa, do colégio, deve fazer com que o consumismo não seja tão importante em nossas vidas. O Brasil, principalmente, tem muito que evoluir. Existem outros países onde o consumismo não é tão grande, e mesmo que seja, alguns possuem uma boa educação ambiental e conseguem separar bem o lixo. Quanto mais segregado for o resíduo que geramos, mais viável será o processo de reciclagem. No Brasil, falta muito para uma evolução. Não temos legislação para o lixo eletrônico, então de quem é a responsabilidade? Não existe uma corresponsabilidade. Temos muito que crescer em termos de reciclagem, coleta, educação e conscientização no Brasil.
Entrevista especial com Hugo Veit
Fonte:http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=32551
Em entrevista, por telefone, à IHU On-Line, Veit alerta para os riscos ambientais que os resíduos eletrônicos podem trazer. “A composição química desses resíduos é muito variada. Se esses metais forem descartados de forma incorreta na natureza, eles vão contaminar o solo, o lençol freático, a água, e, de uma forma ou de outra, isso volta para nós”, destaca. Para o professor, uma das formas para evitar a grande produção deste tipo de lixo é frear o consumismo, uma tarefa nada fácil. “É difícil desmaterializarmos. Temos a vontade de sempre acompanhar a tecnologia, com equipamentos mais novos", defende.
Hugo Veit possui graduação em Engenharia Metalúrgica, mestrado e doutorado em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente, é professor da Escola de Engenharia/Departamento de Materiais e pesquisador do Laboratório de Corrosão, Proteção e Reciclagem de Materiais (LACOR).
Confira a entrevista.
IHU On-Line – O que pode ser considerado resíduo eletrônico?
Hugo Veit – Todo o tipo de equipamento como mp3, mp4, computador e celular. Esses aparelhos são considerados eletro-eletrônicos, assim como suas pilhas e baterias. Tudo isso é lixo eletro-eletrônico. O que acontece hoje é que a linha branca, que contempla geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupas etc., que antigamente não se enquadravam como lixo eletrônico, começa a fazer parte deste grupo, já que têm em seu sistema cada vez mais eletrônicos embarcados.
IHU On-Line – Onde vão parar os resíduos eletrônicos e qual é o lugar certo?
Hugo Veit – Existem vários destinos para esse lixo. No campo doméstico, não há onde depositá-los, então, muita gente ainda descarta celulares, televisores e computadores velhos junto ao lixo seco. Atualmente, as grandes empresas ou órgãos públicos fazem parcerias, principalmente com ONGs, para remanufatura ou reciclagem.
Eles recebem equipamentos defeituosos ou obsoletos, como processadores, por exemplo, e utilizam as peças para remontar produtos que estejam em condição de uso.
Depois, esses aparelhos geralmente são doados para centros de inclusão digital. Os consumidores domésticos que possuem lixo eletrônico em casa devem levá-lo a esses órgãos sociais, não existe alternativa. Não existem pontos de coleta para esse tipo de resíduo, com exceção de pilhas e baterias. Como o volume é menor, encontramos depósitos para esse tipo de produto em bancos e universidades, por exemplo. As operadoras de celulares também disponibilizam urnas de coleta para celulares obsoletos. O ideal seria levar esse material para indústrias de reciclagem, mas como elas não existem de forma esquematizada no Brasil, o essencial é não misturar o lixo eletrônico com o lixo orgânico ou seco. Caso não haja uma urna de coleta próxima, é interessante procurar entidades sociais que aceitam doações de equipamentos estragados.
IHU On-Line – Que tipo de problemas ambientais os resíduos eletrônicos podem trazer?
Hugo Veit – Vários tipos, pois a composição química desses resíduos é muito variada. Em sua fabricação, são utilizados muitos tipos de metais, e alguns deles são tóxicos. Há chumbo, mercúrio e cádmio, por exemplo. Se esses metais forem descartados de forma incorreta na natureza, eles vão contaminar o solo, o lençol freático, a água, e, de uma forma ou de outra, isso volta para nós. Há outros tipos de compostos químicos que se misturam ao plástico da carcaça do aparelho, que são à base de bromo. Esses compostos são utilizados como retardadores de chama. É uma questão de segurança, mas, no momento da reciclagem, esses compostos, em contato com a natureza, serão prejudiciais à saúde humana. Eles atacam o sistema nervoso, endócrino e respiratório.
IHU On-Line – Qual é o volume brasileiro de lixo eletrônico?
Hugo Veit – Não temos uma estatística muito confiável de quanto resíduo é gerado. O que se tem são dados de vendas de equipamentos. No ano passado, foram vendidos cerca de 40 milhões de celulares e 12 milhões de computadores no Brasil. Cada aparelho tem uma vida útil específica, no caso do celular, é de mais ou menos um ano e meio. No final desse tempo, milhões de aparelhos vão para o lixo. No caso dos computadores, a vida útil é de cerca de três anos.
"Se somarmos todos os produtos, produzimos cerca de 300 mil toneladas por ano de resíduo eletrônico”
A estatística em torno da quantidade de resíduos ainda é insuficiente. O que se tem é um relatório da ONU. No ano passado, foi publicado um relatório com dados de 2005. No trabalho de pesquisa da organização, chegou-se a valores de meio quilo de resíduos de computador por habitante, anualmente, no Brasil. Se pensarmos nisso, levando em conta que temos cerca de 190 milhões de habitantes, teremos 95 milhões de quilos de resíduos só de computadores. No caso dos televisores, são 0,6 quilos por habitantes. Se somarmos todos os produtos, produzimos cerca de 300 mil toneladas por ano de resíduo eletrônico.
IHU On-Line – O senhor pode nos explicar quais são as rotas que podem ser usadas para reciclagem?
Hugo Veit – Há dois tipos de reciclagem: a de metal e a de plásticos. Na parte de metais, temos,
basicamente, quatro rotas possíveis, todas baseadas em processos metalúrgicos, de fabricação de metais a partir da natureza. Existe a pirometalurgia, cuja ideia é baseada em processos térmicos com a fundição do resíduo. Quando imaginamos um resíduo eletrônico dentro de um forno, por exemplo, a ideia é queimá-lo. A parte plástica irá evaporar e a parte metálica vai virar uma liga metálica. É a partir dessa liga que se separa o cobre do ferro, do alumínio etc. O problema dessa rota é que, como estamos queimando o lixo, e a parte plástica é tóxica, devemos ter um bom sistema de escapamento. Porém, processos térmicos têm um grande consumo energético, já que exigem altas temperaturas.
Outra rota é a hidrometalurgia. A ideia é lavar o resíduo para dissolver a parte metálica e levar os metais para uma solução iônica. Assim, podemos separá-los entre si.
A terceira rota é o processamento mecânico, onde se utiliza a diferença de propriedades físicas. Sabemos que alguns metais são mais pesados, magnéticos ou condutores.
A quarta rota para reciclar metais é eletrometalurgia, que, ao invés de conservar os metais na forma sólida, os dissolvem em uma solução iônica, onde podemos reduzi-los a uma célula para que os metais possam ser separados.
Na parte dos plásticos, temos algumas alternativas com três rotas principais: a reciclagem mecânica, química e energética. A reciclagem energética é baseada na ideia de que o plástico é originado do petróleo, e que, em princípio, ele é um combustível que pode ser queimado para a geração de energia. Claro que não é uma queima a céu aberto, é uma queima controlada.
A reciclagem química tem a ideia de pegar o plástico dos equipamentos e transformá-los novamente em um produto petroquímico, como se estivéssemos partindo do petróleo e usando-o para fazer plástico.
Por fim, a reciclagem mecânica é a mais utilizada. Consiste em quebrar o plástico, pegar um tipo de polímero, cuidando para separar os plásticos por tipos, triturá-lo, e, com esse material moído, fazer uma peça plástica. Isso pode ser feito com 100% de material reciclado ou com um percentual de material novo.
IHU On-Line – O setor informal pode reciclar também esses resíduos?
Hugo Veit – Isso é muito complicado. A grande dificuldade da reciclagem de eletro-eletrônicos é a complexidade. Não é uma reciclagem simples e manual. Associações de catadores, por exemplo, não terão equipamentos mais sofisticados para separar esses materiais. É diferente de pegar lixo seco e fazer a separação dos componentes. A reciclagem de eletrônicos envolve processos industriais mais elaborados, com várias etapas.
IHU On-Line – De que forma a sociedade mundial precisa avançar para a desmaterialização?
Hugo Veit – É difícil desmaterializarmos. Temos a vontade de sempre acompanhar a tecnologia, com equipamentos mais novos, mais modernos, com mais recursos. Isso se dá também pela vida útil muito curta dos aparelhos. Porém, muitas vezes, trocamos de celular, por exemplo, não porque ele estragou, mas porque queremos um novo. Esta é uma questão de educação ambiental.
"Muitas vezes, trocamos de celular, por exemplo, não porque ele estragou, mas porque queremos um novo"
A educação de casa, do colégio, deve fazer com que o consumismo não seja tão importante em nossas vidas. O Brasil, principalmente, tem muito que evoluir. Existem outros países onde o consumismo não é tão grande, e mesmo que seja, alguns possuem uma boa educação ambiental e conseguem separar bem o lixo. Quanto mais segregado for o resíduo que geramos, mais viável será o processo de reciclagem. No Brasil, falta muito para uma evolução. Não temos legislação para o lixo eletrônico, então de quem é a responsabilidade? Não existe uma corresponsabilidade. Temos muito que crescer em termos de reciclagem, coleta, educação e conscientização no Brasil.
Entrevista especial com Hugo Veit
Fonte:http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=32551
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Em primeira votação, o PEC 48/2009, que cria o cargo de Animador Cultural na SEE, é aprovado por unanimidade
Diante de mais duzentos animadores culturais que vieram em caravanas de todo o estado e lotaram as galerias da Assembléia Legislativa, a votação que aprovou a criação do cargo de Animador Cultural na SEE foi encerrada por volta das 18 horas. Eram necessários 42 votos favoráveis para a aprovação do PEC, mas todos os 54 parlamentares presentes votaram em apoio à luta dos animadores. Após a votação, os animadores culturais promoveram uma grande festa que se estendeu pelas galerias e escadarias da Alerj. Como se trata de emenda constitucional haverá um segundo turno de votação, provavelmente na próxima semana. As lideranças dos animadores culturais, embora manifestando grande otimismo para a segunda votação, pregam que a categoria deve estar alerta e convocam para um ato publico no dia 11 de maio (terça-feira), na Alerj, com a participação da comunidade escolar.
Fonte:http://www.seperj.org.br/site/index.html
Diante de mais duzentos animadores culturais que vieram em caravanas de todo o estado e lotaram as galerias da Assembléia Legislativa, a votação que aprovou a criação do cargo de Animador Cultural na SEE foi encerrada por volta das 18 horas. Eram necessários 42 votos favoráveis para a aprovação do PEC, mas todos os 54 parlamentares presentes votaram em apoio à luta dos animadores. Após a votação, os animadores culturais promoveram uma grande festa que se estendeu pelas galerias e escadarias da Alerj. Como se trata de emenda constitucional haverá um segundo turno de votação, provavelmente na próxima semana. As lideranças dos animadores culturais, embora manifestando grande otimismo para a segunda votação, pregam que a categoria deve estar alerta e convocam para um ato publico no dia 11 de maio (terça-feira), na Alerj, com a participação da comunidade escolar.
Fonte:http://www.seperj.org.br/site/index.html
Educação Popular e a construção de um saber-instrumento*
(…)
A própria divisão social e especializada do trabalho no processo de produção capitalista impede que cada trabalhador, membro desse processo, se situe como parte dele e veja o produto final como fruto do trabalho de todos; fornece-lhe uma visão compartimentalizada e individualizada do próprio processo de trabalho em que está inserto.
Essa visão fragmentária dificulta o surgimento de uma concepção de mundo homogênea e articulada por parte das classes trabalhadoras. A classe dominante, além disso, empreende uma ação continua através de vários aparelhos estatais, no sentido de desorganizar politicamente essas classes, seja transformando suas reivindicações imediatas em necessidades estatais, seja eliminando suas lideranças e organizações políticas.
A história e o saber das classes dominadas, por estas razões, apresentam-se fragmentados.
Uma educação comprometida com o interesse das classes trabalhadoras deve ter como uma de suas preocupações básicas a criação de condições para que estas articulem suas diversas experiências históricas e as formas atomizadas de seu conhecimento num todo homogêneo, para que possam elaborar uma nova concepção de mundo.
(…)
A elaboração deste novo saber, que não se realiza naturalmente, exige uma troca recíproca de experiências e conhecimentos entre educadores e grupos de trabalhadoras. Supõe, como diria Gramsci, um novo tipo de intelectual “… que não pode mais construir na eloqüência, motor exterior e momentâneo dos afetos e das paixões, mas num imiscuir-se ativamente na vida prática, como construtor, organizador persuasor „permanente‟, já que não apenas orador puro…”1
(…)
A educação popular pode, justamente, auxiliar essas classes na preparação de sua capacidade dirigente, fornecendo um instrumental básico a seus líderes e dirigentes para que possam por si mesmos assumir e executar mais eficazmente uma série de tarefas no interior de suas organizações políticas. Deveria, assim, estimular e promover o treino de habilidades de expressão e comunicação, e de coordenar debates, a de organizar atividades, a de selecionar, coletar , reunir e sistematizar informações e dados, a de relacionar dados e fatos e etc.
(…)
Para tanto, como acentua Gramsci, a experiência educativa “… não pode consistir apenas em que um operário manual se torne qualificado, mas em que cada „cidadão‟ possa se tornar „governante‟ e que a sociedade o coloque, ainda que „abstratamente‟, nas condições gerais de poder fazê-lo: a democracia política tende a fazer coincidir governantes e governados (no sentido do governo com o consentimento dos governados), assegurando a cada governado a aprendizagem gratuita das capacidades e da preparação técnica geral necessária ao fim de governar…”2
(*) Fragmento extraído e adaptado de “Educação popular: desafios metodológicos”, de Leila Maria da Silva Blass, Silvia Maria Manfredi e Sonia P. Barros, publicado em Cadernos do CEDES nº 1, 3ª reimpressão, em 1984. Campinas, São Paulo.
1 Gramsci, Antonio – Os Intelectuais e a Organização da Cultura, p. 8.
2 Gramsci, A. – Os intelectuais… , p. 137.
(…)
A própria divisão social e especializada do trabalho no processo de produção capitalista impede que cada trabalhador, membro desse processo, se situe como parte dele e veja o produto final como fruto do trabalho de todos; fornece-lhe uma visão compartimentalizada e individualizada do próprio processo de trabalho em que está inserto.
Essa visão fragmentária dificulta o surgimento de uma concepção de mundo homogênea e articulada por parte das classes trabalhadoras. A classe dominante, além disso, empreende uma ação continua através de vários aparelhos estatais, no sentido de desorganizar politicamente essas classes, seja transformando suas reivindicações imediatas em necessidades estatais, seja eliminando suas lideranças e organizações políticas.
A história e o saber das classes dominadas, por estas razões, apresentam-se fragmentados.
Uma educação comprometida com o interesse das classes trabalhadoras deve ter como uma de suas preocupações básicas a criação de condições para que estas articulem suas diversas experiências históricas e as formas atomizadas de seu conhecimento num todo homogêneo, para que possam elaborar uma nova concepção de mundo.
(…)
A elaboração deste novo saber, que não se realiza naturalmente, exige uma troca recíproca de experiências e conhecimentos entre educadores e grupos de trabalhadoras. Supõe, como diria Gramsci, um novo tipo de intelectual “… que não pode mais construir na eloqüência, motor exterior e momentâneo dos afetos e das paixões, mas num imiscuir-se ativamente na vida prática, como construtor, organizador persuasor „permanente‟, já que não apenas orador puro…”1
(…)
A educação popular pode, justamente, auxiliar essas classes na preparação de sua capacidade dirigente, fornecendo um instrumental básico a seus líderes e dirigentes para que possam por si mesmos assumir e executar mais eficazmente uma série de tarefas no interior de suas organizações políticas. Deveria, assim, estimular e promover o treino de habilidades de expressão e comunicação, e de coordenar debates, a de organizar atividades, a de selecionar, coletar , reunir e sistematizar informações e dados, a de relacionar dados e fatos e etc.
(…)
Para tanto, como acentua Gramsci, a experiência educativa “… não pode consistir apenas em que um operário manual se torne qualificado, mas em que cada „cidadão‟ possa se tornar „governante‟ e que a sociedade o coloque, ainda que „abstratamente‟, nas condições gerais de poder fazê-lo: a democracia política tende a fazer coincidir governantes e governados (no sentido do governo com o consentimento dos governados), assegurando a cada governado a aprendizagem gratuita das capacidades e da preparação técnica geral necessária ao fim de governar…”2
(*) Fragmento extraído e adaptado de “Educação popular: desafios metodológicos”, de Leila Maria da Silva Blass, Silvia Maria Manfredi e Sonia P. Barros, publicado em Cadernos do CEDES nº 1, 3ª reimpressão, em 1984. Campinas, São Paulo.
1 Gramsci, Antonio – Os Intelectuais e a Organização da Cultura, p. 8.
2 Gramsci, A. – Os intelectuais… , p. 137.
Achamos interessante e sugerimos à leitura.
Analisando a publicação da Veja sobre a Educação nas Escolas Municipais do Rio de Janeiro
Caros, faço uma breve análise sobre a reportagem que saiu nesse final de semana na Veja Rio. Fiquem à vontade para comentar.
Um abraço
Denise
A nova cartilha das escolas
Lívia de Almeida e Sofia Cerqueira
A proibição do uso de bonés e de pulseiras nos colégios municipais é apenas uma pequena amostra de um ambicioso projeto para melhorar o ensino público na cidade — e os primeiros resultados já estão aparecendo.
Quais são os resultados que estão aparecendo?
Quando é que proibição de uso de bonés e pulseiras se tornou condição para a melhoria do ensino público?
Estudantes da rede municipal: provas, currículo padronizado e combate ao analfabetismo
Ao assumir o cargo de secretária da Educação do município do Rio de Janeiro, no início do ano passado, a administradora Claudia Costin deparou com uma situação surreal. Uma das premissas básicas da área, que estabelece direitos e deveres para alunos e professores, não passava de mera abstração nas mais de 1 000 escolas da rede municipal de ensino.
Uma das premissas básicas para a situação real das Escolas é o envolvimento e a construção coletiva do Projeto Político Pedagógico das Escolas. Dada a diversidade e a complexidade da nossa rede de ensino, não cabem regras centralizadoras e, sim, orientações básicas para que cada Unidade Escolar produza o seu próprio Projeto e, consequentemente, as suas regras de convivência. Isso é dar autonomia à escola.
Sem uma orientação central que balizasse as regras mais elementares, os colégios da rede, do 1º ao 9ª ano do ensino fundamental, estavam entregues a uma situação de descontrole que, não raro, acabava em conflitos entre alunos, pais e mestres. Essa situação mudou.
Qual situação que mudou? Descontrole porque não havia regras centralizadoras? Do que é que estamos falando, de verdade?
Quer dizer que, de agora em diante, os conflitos acabaram porque finalmente a SME publicou um manual de regras e punições? A partir de uma Resolução, as pessoas passarão a se tratar melhor, de maneira mais respeitosa e digna?
Continuamos precisando de tutela?
No último dia 15, foi publicada no Diário Oficial uma série de regras de conduta e comportamento que determinam desde a proibição do uso de bonés e adereços que expressem insinuações sexuais (como as pulseirinhas do sexo) até a apreensão de celulares encontrados em poder dos alunos — restrições corriqueiras nas instituições privadas.
O fato dessas restrições serem corriqueiras nas instituições privadas não significa que elas sejam produtivas. Significa, apenas, que todos agem da maneira mais fácil – que é punir – e menos educativa – que é tentar outras abordagens que levem as crianças e jovens a pensarem sobre as suas atitudes. Educar dá trabalho. Exige que estejamos reinventando constantemente o nosso fazer e adaptando-o às diferentes situações que ocorrem no cotidiano escolar. Não há receitas prontas. O que serve para um grupo de alunos, não serve para outro. Esse é um princípio básico de quem lida com Educação.
Também é listado um conjunto de punições aos transgressores, que vão da advertência ao encaminhamento a órgãos como a Procuradoria de Infância e da Juventude ou a delegacia de polícia em casos graves, como agressões físicas e depredação do patrimônio.
É o caminho mais fácil... tratar os nossos alunos como inimigos e marginais é de uma suprema falta de sensibilidade. É desconhecer que, por trás de cada “transgressor” existe um contexto que o faz desse jeito. Existe toda uma sociedade que diz ininterruptamente NÃO para ele. A escola não pode ser a escola do “não pode”, tem que ser a escola do diálogo e do entendimento. Estamos aqui para lidar com essa situação. E se não sabemos fazer isso, temos que aprender. Lugar de punição é na delegacia. E lá não há compromisso com educação.
Sem contar que agora poderemos “nos livrar dos alunos terríveis”. E mandá-los exatamente para onde? Os ‘alunos terríveis’ são o nosso maior desafio. Precisamos deles para aperfeiçoar a nossa prática docente. O ‘aluno bonzinho’, que é obediente e faz tudo de maneira comportada, ou seja, fica quieto enquanto falamos, não precisa de nós. Não precisamos de platéia para nos aplaudir ao final das aulas, precisamos dar significado ao que ensinamos aos nossos alunos.
Ao mesmo tempo, os educadores estão sendo treinados por uma ONG para aprender a lidar com a mediação de conflitos e, com isso, reduzir drasticamente a possibilidade de embates. “O professor precisava de instrumentos para o resgate da sua autoridade e respeitabilidade”, ressalta Claudia. “Não se trata apenas de regras hierárquicas, mas sim de princípios básicos de convivência.”
Mais uma ONG contratada – sem licitação - com a carta branca recebida pela Sra. Secretária para moralizar a Educação no nosso município. Ninguém dará autoridade e respeitabilidade ao professor, a não ser ele mesmo. A primeira pessoa que tem que respeitar o professor é o próprio.
À primeira vista, algumas dessas medidas podem parecer duras, deslocadas em uma sociedade cada vez mais permissiva com os desejos de crianças e adolescentes. Não são.
As medidas são duras e deslocadas não para a sociedade permissiva, mas para o ambiente escolar.
À frente de uma complexa rede que abarca 650 000 alunos e 36 000 professores, boa parte deles em áreas de risco, sob o domínio do tráfico de drogas, o desafio da secretária é mostrar que existe um novo comando, que o governo se preocupa com aquelas escolas e com o que acontece lá dentro e, acima de tudo, que está disposto a transformar uma realidade que por décadas se mostrou um desastre.
O número de alunos na Rede Municipal diminuiu? Eram mais de 900 mil...
O desafio da Secretária é mostrar quem é que manda, o desafio com a educação dos alunos é de todos os envolvidos, e devemos buscar soluções coletivas e adequadas a cada contexto. A situação social perturbadora e indigna com a qual convivemos não será resolvida por decretos. É preciso educar com seriedade e compromisso. Isso significa qualificar os educadores e dar autonomia às escolas. Já sabemos que não há comprometimento quando não nos sentimos envolvidos. As ordens que chovem da SME caem nas escolas de maneira aterradora. É a instituição do medo.
Na verdade, as orientações em relação ao vestuário e a aparelhos eletrônicos são apenas um complemento do que está sendo feito. Desde que tomou posse, Claudia Costin adotou como mantra duas palavras simples: “Sem desculpas”. Isso significa que nenhuma adversidade pode servir de justificativa para a debilidade do ensino na cidade.
Mais uma vez estamos diante de uma inflexibilidade que não combina com a Educação. Existem adversidades, sim, que servem como justificativas para a debilidade do ensino na nossa cidade. A maior delas é a descontinuidade política a qual ficamos submetidos, em que cada um que chega quer deixar a sua marca, pouco se importando com o que já foi realizado anteriormente. Política pública de Educação precisa de continuidade. É profundamente ingênuo acreditar que “agora vamos consertar tudo o que fizeram de errado antes”. E é profundamente desrespeitoso também. É puro jogo de política partidária.
Logo nos primeiros meses de gestão, ela implementou medidas simples, já testadas em outras partes do Brasil, mas que eram ignoradas por aqui. Estabeleceu, por exemplo, o que deveria ser ensinado em cada série, bimestre a bimestre, em todas as escolas. Com isso, criou um currículo padronizado, coisa que, pasmem, não existia.
Como é que é??? Essa reportagem é séria? Quer dizer que na cidade do Rio de Janeiro não havia um currículo a ser cumprido? Meu Deus!!! Que afirmação leviana! A Sra. Secretária procurou se inteirar verdadeiramente do que ocorria na SME? Quem é que fez a transição para/com ela? Quem é a equipe que permanece na SME, assessorando a Secretária, e deixa uma afirmação dessa ser publicada?
Alguém aí já ouviu falar em MultiEducação?
E, pasmem, senhoras jornalistas, currículo padronizado, com todo mundo andando juntinho, ao mesmo tempo, não existe há décadas. Existem sugestões e orientações curriculares, para serem analisadas e discutidas, de acordo coma realidade de cada escola. Vocês sabiam que as recomendações do MEC falam de Parâmetros Curriculares e não de camisas de força curriculares?
E, novamente, caímos no conto do vigário... A orientação que era feita pela SME (sim, existia uma orientação para conhecimento de vocês) apontava para os conhecimentos e os conceitos que deveriam ser construídos em cada série – ou ciclo – e ao longo do Ensino Fundamental. Nunca mostraram essa material para a Sra. Secretária? A MultiEducação foi produzida pelas equipes pedagógicas da SME, e não por pessoas que desconhecem a nossa realidade.
De que inovação estão falando???
Orientou ainda os docentes a cobrar os deveres de casa das crianças e produziu cadernos de exercícios para as disciplinas. A aplicação de provas, que havia sido eliminada em administrações anteriores, voltou a ser regra e agora acontece a cada dois meses.
Cobrar deveres de casa das crianças... esse é mais um passo para alcançarmos a educação de qualidade? Vamos cobrar deveres de casa que serão feitos em que local? Sob a orientação de quem? Qual é o modelo de família e de casa que a SME imagina que existe?
A Sra. Secretária acredita mesmo que se aprende com quantidade de exercícios feitos? É com reforço repetitivo que se aprende?
Em que lugar está escrito que as provas foram eliminadas em administrações anteriores??? Outra afirmação leviana, típica de campanha eleitoral!
A avaliação contínua, processual e com vistas a dar um retorno para o professor sobre a quantas anda a aprendizagem de seus alunos, existe como pressuposto educativo desde o início do século passado. O que a SME pregou nos últimos tempos foi a necessidade de se variar a quantidade e a diversidade das situações avaliativas. NUNCA se proibiu a aplicação de provas, mas sempre insistimos que os alunos não devem ser avaliados por apenas uma prova, o que é completamente diferente e, parece, propositalmente distorcido.
“Antigamente, cada um seguia um caminho para chegar a um lugar que não sabíamos muito bem qual era. Hoje, falamos a mesma língua para atingir metas claras”, endossa a professora Deise Aparecida Gonçalves, com 22 anos de magistério na Escola Afonso Várzea, no Complexo do Alemão.
Por que é que os professores afirmam que não sabiam em qual lugar deveriam chegar? Qual é a dificuldade em compreender que o lugar que se pretende chegar, sempre, em qualquer ambiente educativo, é a aprendizagem? Os professores pararam de ensinar porque não havia um currículo padronizado e nem provas únicas? É essa a conclusão que devemos chegar ao ler a reportagem?
Claudia Costin: o professor como principal aliado nas mudanças
Entre as inúmeras batalhas travadas pela secretária Claudia Costin nos últimos meses, a mais dramática envolveu o analfabetismo entre os estudantes da rede. Essa situação vergonhosa veio à tona depois da aplicação de uma prova aos 211 000 alunos do 4º ao 6º ano, com idade entre 9 e 11 anos, logo no início de 2009. Com os exames, percebeu-se que 28 000 crianças eram analfabetas funcionais, como são chamadas as pessoas que, embora formalmente sejam capazes de ler e escrever, mostram-se incapazes de compreender um texto ou redigir uma pequena carta, por exemplo. Outro teste, aplicado a todas as séries, mostrou que quase 40% dos alunos apresentavam defasagem de conhecimento em matemática e 20% em português. Era um problema que vinha sendo jogado para debaixo do tapete fazia vários anos com a conivência de um sistema que previa a aprovação automática dos estudantes.
As afirmações são levianas. A Sra. Secretária está em plena guerra, numa batalha atrás da outra... vive dramaticamente cada dia (é para os leitores ficarem penalizados?). Esse problema nunca foi jogado para debaixo do tapete e nem houve conivência com essa situação. Houve descontinuidade nos processos, como está ocorrendo agora.
A situação do analfabetismo funcional vem de longa data e podemos afirmar, com carinho e pesar, que grande parte da responsabilidade dessa situação está no despreparo dos educadores para lidar com as metodologias de aprendizagem. Todas as vezes que se tenta alfabetizar sem sentido, é isso que ocorre. Paulo Freire nos ensinou essa parte, na década de 60.
E voltamos a mais um mantra eleitoreiro (isso, sim, é um mantra) que é a história da aprovação automática.
É tão mais fácil falar mal do sistema de avaliação, sem conhecê-lo, e ficar no senso comum, no lugar das coisas mal compreendidas...
Por que é que se tem tanta má vontade para tentar compreender que a avaliação não é uma peça solta no cardápio escolar? Por que é tão difícil as pessoas compreenderem que a avaliação é uma conseqüência natural, vinculada a uma prática pedagógica? E que, no caso do Rio de Janeiro, acreditamos que somos seres aprendentes, que ninguém desaprende, que a aprendizagem é contínua e que também construímos e reconstruímos conhecimentos? Por que é tão impossível se compreender que os alunos vão para a escola para aprender, e não para serem punidos? Por que é que não avaliamos o que o aluno sabe, ao invés de ficarmos perseguindo o que ele não sabe?Falamos todo o tempo em avaliação contínua e processual e essa expressão se transformou, simplesmente, em aprovação automática.
Isso é sério! É caso de calunia.
E quando, no final de 2009, já na gestão moralizadora, os diretores das escolas foram obrigados a inventar notas para os alunos que não tiveram professores durante o ano letivo? Foi uma das inúmeras ordens que foi dada em um dia para o mesmo dia... E ai de quem não cumprisse... Qual é nome que se dá a esse tipo de “avaliação”?
Inspirada em práticas bem-sucedidas no Brasil e no exterior, Claudia instituiu um programa de alfabetização para alunos de 4º e 5º ano, que já teve êxito com mais de 12 000 estudantes, e está enfrentando o déficit de aprendizagem com programas de reforço ministrados por voluntários, estagiários e ONGs. Os resultados desse esforço estão sendo medidos através da Prova Rio, uma avaliação externa aplicada uma vez por ano que permitiu identificar as 25 melhores escolas e as 100 piores do município.
As práticas bem sucedidas no Brasil são as divulgadas pelo Instituto Ayrton Senna – também contratado sem licitação e sem respaldo técnico pela SME. São livros didáticos que devem ser seguidos à risca, ao mesmo tempo, no mesmo ritmo, por todos os grupos envolvidos. Mais uma vez, os professores são obrigados a apenas seguir o que lhes é mandado, sem possibilidade de questionar ou adaptar o material as suas turmas.
Para isso, as equipes das Gerências de Educação das CREs transformaram-se em fiscalizadoras do projeto. Tomadoras de conta dos professores.
Quanto às práticas bem sucedidas no exterior, voltamos à história da contratação, também sem licitação e sem aval técnico, do Instituto Alfa e Beto, de Brasília, que pretende resolver o problema de alfabetização dos nossos alunos com o método fônico. A referência maior e mais divulgada é a da Dinamarca... Vocês devem saber que somos um povo muito próximo dos dinamarqueses. Nosso ambiente sócio-econômico-cultural é muito semelhante...
E voltamos, novamente à década de 60, com direito a reforço escolar e à “vovó viu a uva” e “o boi baba no babador”.
Com base nesses dados, os educadores das turmas de melhor desempenho serão premiados com um 14º salário. A assiduidade também será levada em conta na distribuição dos bônus — só receberão o prêmio os profissionais que tiverem menos de cinco faltas no ano. “A prefeitura está dando os primeiros passos de um longo caminho ao criar mecanismos, ferramentas e uma cultura de trabalho”, avalia o economista Sérgio Besserman, membro da comissão Parceiros da Educação Carioca, que reúne na secretaria representantes da sociedade civil.
Essas estratégias utilizadas pelos Administradores de plantão, com vistas à qualidade total ou coisa parecida, podem funcionar muito bem em empresas e fábricas, em que o que importa é ter um produto pronto e acabado num determinado tempo. Premiar os vendedores que conseguiram vender mais fogões, automóveis ou títulos de seguro também funciona, porque o sujeito só enxerga o sentido do seu trabalho na produtividade, que se traduz em vender e lucrar.
No nosso caso, premiar o que deve ser feito por todos, significa exatamente o quê? Estamos premiando os professores que não faltam e que ensinam? Mas essas não são condições básicas do trabalho docente?
E depois a gente reclama que a sociedade está numa total inversão de valores... que a competitividade está acabando com o ser humano... por que será? Será que esse tipo de atitude concorre para melhorar essa sociedade?Ou não conseguimos enxergar o que isso tem a ver com a formação dos alunos e dos próprios professores?
Até agora o que temos visto é uma exacerbação da competitividade em todos âmbitos. A SME está se esmerando em produzir competidores por excelência! As CREs disputam com as outras CREs. Escolas contra Escolas; professores contra professores; turmas contra turmas; alunos contra alunos...
Depois a gente chama a polícia para apartar... não é isso que estamos fazendo?
Isso é que estão chamando de educação de qualidade?
Abandonados pelas últimas administrações, os professores são um ponto crucial na estratégia. Para isso, a própria secretária abriu um canal direto de comunicação com o corpo docente ao tornar público seu e-mail pessoal já no primeiro dia no cargo. Em seguida, passou a utilizar ferramentas da internet, a começar pelo Twitter, para a divulgação de ideias, prestação de contas e notícias. Está com quase 6 000 seguidores.
Está certo, com a ressalva que os professores foram abandonados pela última administração e não pelas últimas administrações.
O canal direto de comunicação que a Sra. Secretária abriu, divulgando o seu e-mail pessoal, não representa absolutamente nada, na medida em que ela só responde, quando responde, ao que interessa a ela. Não se tem acesso para sugerir ou discordar de coisa alguma. Os professores se queixam que estão cansados de enviar mensagens que não têm resposta.
Os 5600 seguidores da Secretária são exatamente isso: seguidores. Apenas seguem. Os que merecem comentários e retwitadas são apenas os que concordam e aplaudem as iniciativas, que devem ser, mais ou menos uns... poucos. Os blogs e comunidades da SME são devidamente censurados e também só divulgam as mensagens elogiosas. Tá certo, tá certo, estão fazendo a parte deles.
É bom lembrar que, no afã de conquistar seguidores, a Sra. Secretária divulga coisas ainda não devidamente analisadas e amadurecidas pela sua equipe e, não raro, as suas mensagens são desmentidas, ou simplesmente enlouquecem a sua assessoria.
O corpo a corpo também tem sido importante nesse processo. Pelo menos duas vezes por semana ela deixa o gabinete e visita escolas. Faz questão de entrar em todas as salas. Como só conversa não basta, Claudia instituiu ainda um programa em que os educadores escolhem, a cada três meses, um livro nacional e um estrangeiro para ler. As obras que ganham essa espécie de eleição são distribuídas gratuitamente pela prefeitura. “Esse tipo de iniciativa dá um novo gás para a gente”, atesta Milene Basílio Stanislovaitis, diretora da Escola Ítalo Zappa, em Vargem Pequena.
Os livros e as visitas são excelentes iniciativas.
Pena que as os professores das Salas de Leitura, do PEJA e dos alunos portadores de necessidades especiais estejam sendo sacrificados por ordens e contra ordens.
Nascida em São Paulo, Claudia Maria Costin, 54 anos, construiu uma sólida carreira no setor público. Formada em administração pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), ela já exerceu os cargos de ministra da Reforma do Estado no governo FHC e de secretária de Cultura de São Paulo na gestão do governador Geraldo Alckmin. Foi também vice-presidente da Fundação Victor Civita, mantida pelo Grupo Abril, ao qual pertence Veja Rio.
E aqui a gente compreende perfeitamente a motivação dessa reportagem.
O que causa espanto é uma pessoa que lidou tanto tempo com a Revista Nova Escola não ter se apropriado de quase nada do que a revista divulga.
Convidada no fim de 2008 para assumir a Pasta da Educação no Rio, pediu ao prefeito Eduardo Paes carta branca para implementar por aqui as melhores práticas da área.
Faz isso com maestria. Não dá satisfação a ninguém dos seus atos, independente de estar ou não implementando as “melhores” práticas.
Foi atendida, mudou-se para a cidade e, desde então, conta que tem trabalhado uma média de doze horas por dia na secretaria e outras tantas em fóruns pela internet e visitas. Ao contrário de muitos dos seus pares, comporta-se na administração pública como se estivesse na iniciativa privada.
Inclusive, a assessoria direta fica “de castigo” na SME até tarde da noite, sem poder ir para casa, enquanto a Sra. Secretária twitta.
Seria bom tratar a instituição pública como pública, no que diz respeito à divulgação de suas justificativas. Induzir o leitor a acreditar que a iniciativa privada é melhor que a administração pública, é pouco sério e indigno.
Falemos das boas práticas. Isso não é um jogo: iniciativa privada X administração pública, não são anjos versus demônios. Existem boas e más condutas em todas as instâncias.
Seu desafio continua gigantesco. Mas, com tanto empenho, ela tem grandes chances de ser bem-sucedida.
E se continuar contando com a benevolência dos meios de comunicação, como tem sido até agora, poderá, inclusive, se candidatar a algum cargo eletivo no próximo pleito. Aí, sim, será totalmente bem sucedida!
Fonte: http://vejabrasil.abril.com.br/rio-de-janeiro/editorial/m1831/a-nova-cartilha-das-escolas - TAGS: SME/RJ - veja rio - educação
Retirado de http://www.peabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=22880
Analisando a publicação da Veja sobre a Educação nas Escolas Municipais do Rio de Janeiro
Caros, faço uma breve análise sobre a reportagem que saiu nesse final de semana na Veja Rio. Fiquem à vontade para comentar.
Um abraço
Denise
A nova cartilha das escolas
Lívia de Almeida e Sofia Cerqueira
A proibição do uso de bonés e de pulseiras nos colégios municipais é apenas uma pequena amostra de um ambicioso projeto para melhorar o ensino público na cidade — e os primeiros resultados já estão aparecendo.
Quais são os resultados que estão aparecendo?
Quando é que proibição de uso de bonés e pulseiras se tornou condição para a melhoria do ensino público?
Estudantes da rede municipal: provas, currículo padronizado e combate ao analfabetismo
Ao assumir o cargo de secretária da Educação do município do Rio de Janeiro, no início do ano passado, a administradora Claudia Costin deparou com uma situação surreal. Uma das premissas básicas da área, que estabelece direitos e deveres para alunos e professores, não passava de mera abstração nas mais de 1 000 escolas da rede municipal de ensino.
Uma das premissas básicas para a situação real das Escolas é o envolvimento e a construção coletiva do Projeto Político Pedagógico das Escolas. Dada a diversidade e a complexidade da nossa rede de ensino, não cabem regras centralizadoras e, sim, orientações básicas para que cada Unidade Escolar produza o seu próprio Projeto e, consequentemente, as suas regras de convivência. Isso é dar autonomia à escola.
Sem uma orientação central que balizasse as regras mais elementares, os colégios da rede, do 1º ao 9ª ano do ensino fundamental, estavam entregues a uma situação de descontrole que, não raro, acabava em conflitos entre alunos, pais e mestres. Essa situação mudou.
Qual situação que mudou? Descontrole porque não havia regras centralizadoras? Do que é que estamos falando, de verdade?
Quer dizer que, de agora em diante, os conflitos acabaram porque finalmente a SME publicou um manual de regras e punições? A partir de uma Resolução, as pessoas passarão a se tratar melhor, de maneira mais respeitosa e digna?
Continuamos precisando de tutela?
No último dia 15, foi publicada no Diário Oficial uma série de regras de conduta e comportamento que determinam desde a proibição do uso de bonés e adereços que expressem insinuações sexuais (como as pulseirinhas do sexo) até a apreensão de celulares encontrados em poder dos alunos — restrições corriqueiras nas instituições privadas.
O fato dessas restrições serem corriqueiras nas instituições privadas não significa que elas sejam produtivas. Significa, apenas, que todos agem da maneira mais fácil – que é punir – e menos educativa – que é tentar outras abordagens que levem as crianças e jovens a pensarem sobre as suas atitudes. Educar dá trabalho. Exige que estejamos reinventando constantemente o nosso fazer e adaptando-o às diferentes situações que ocorrem no cotidiano escolar. Não há receitas prontas. O que serve para um grupo de alunos, não serve para outro. Esse é um princípio básico de quem lida com Educação.
Também é listado um conjunto de punições aos transgressores, que vão da advertência ao encaminhamento a órgãos como a Procuradoria de Infância e da Juventude ou a delegacia de polícia em casos graves, como agressões físicas e depredação do patrimônio.
É o caminho mais fácil... tratar os nossos alunos como inimigos e marginais é de uma suprema falta de sensibilidade. É desconhecer que, por trás de cada “transgressor” existe um contexto que o faz desse jeito. Existe toda uma sociedade que diz ininterruptamente NÃO para ele. A escola não pode ser a escola do “não pode”, tem que ser a escola do diálogo e do entendimento. Estamos aqui para lidar com essa situação. E se não sabemos fazer isso, temos que aprender. Lugar de punição é na delegacia. E lá não há compromisso com educação.
Sem contar que agora poderemos “nos livrar dos alunos terríveis”. E mandá-los exatamente para onde? Os ‘alunos terríveis’ são o nosso maior desafio. Precisamos deles para aperfeiçoar a nossa prática docente. O ‘aluno bonzinho’, que é obediente e faz tudo de maneira comportada, ou seja, fica quieto enquanto falamos, não precisa de nós. Não precisamos de platéia para nos aplaudir ao final das aulas, precisamos dar significado ao que ensinamos aos nossos alunos.
Ao mesmo tempo, os educadores estão sendo treinados por uma ONG para aprender a lidar com a mediação de conflitos e, com isso, reduzir drasticamente a possibilidade de embates. “O professor precisava de instrumentos para o resgate da sua autoridade e respeitabilidade”, ressalta Claudia. “Não se trata apenas de regras hierárquicas, mas sim de princípios básicos de convivência.”
Mais uma ONG contratada – sem licitação - com a carta branca recebida pela Sra. Secretária para moralizar a Educação no nosso município. Ninguém dará autoridade e respeitabilidade ao professor, a não ser ele mesmo. A primeira pessoa que tem que respeitar o professor é o próprio.
À primeira vista, algumas dessas medidas podem parecer duras, deslocadas em uma sociedade cada vez mais permissiva com os desejos de crianças e adolescentes. Não são.
As medidas são duras e deslocadas não para a sociedade permissiva, mas para o ambiente escolar.
À frente de uma complexa rede que abarca 650 000 alunos e 36 000 professores, boa parte deles em áreas de risco, sob o domínio do tráfico de drogas, o desafio da secretária é mostrar que existe um novo comando, que o governo se preocupa com aquelas escolas e com o que acontece lá dentro e, acima de tudo, que está disposto a transformar uma realidade que por décadas se mostrou um desastre.
O número de alunos na Rede Municipal diminuiu? Eram mais de 900 mil...
O desafio da Secretária é mostrar quem é que manda, o desafio com a educação dos alunos é de todos os envolvidos, e devemos buscar soluções coletivas e adequadas a cada contexto. A situação social perturbadora e indigna com a qual convivemos não será resolvida por decretos. É preciso educar com seriedade e compromisso. Isso significa qualificar os educadores e dar autonomia às escolas. Já sabemos que não há comprometimento quando não nos sentimos envolvidos. As ordens que chovem da SME caem nas escolas de maneira aterradora. É a instituição do medo.
Na verdade, as orientações em relação ao vestuário e a aparelhos eletrônicos são apenas um complemento do que está sendo feito. Desde que tomou posse, Claudia Costin adotou como mantra duas palavras simples: “Sem desculpas”. Isso significa que nenhuma adversidade pode servir de justificativa para a debilidade do ensino na cidade.
Mais uma vez estamos diante de uma inflexibilidade que não combina com a Educação. Existem adversidades, sim, que servem como justificativas para a debilidade do ensino na nossa cidade. A maior delas é a descontinuidade política a qual ficamos submetidos, em que cada um que chega quer deixar a sua marca, pouco se importando com o que já foi realizado anteriormente. Política pública de Educação precisa de continuidade. É profundamente ingênuo acreditar que “agora vamos consertar tudo o que fizeram de errado antes”. E é profundamente desrespeitoso também. É puro jogo de política partidária.
Logo nos primeiros meses de gestão, ela implementou medidas simples, já testadas em outras partes do Brasil, mas que eram ignoradas por aqui. Estabeleceu, por exemplo, o que deveria ser ensinado em cada série, bimestre a bimestre, em todas as escolas. Com isso, criou um currículo padronizado, coisa que, pasmem, não existia.
Como é que é??? Essa reportagem é séria? Quer dizer que na cidade do Rio de Janeiro não havia um currículo a ser cumprido? Meu Deus!!! Que afirmação leviana! A Sra. Secretária procurou se inteirar verdadeiramente do que ocorria na SME? Quem é que fez a transição para/com ela? Quem é a equipe que permanece na SME, assessorando a Secretária, e deixa uma afirmação dessa ser publicada?
Alguém aí já ouviu falar em MultiEducação?
E, pasmem, senhoras jornalistas, currículo padronizado, com todo mundo andando juntinho, ao mesmo tempo, não existe há décadas. Existem sugestões e orientações curriculares, para serem analisadas e discutidas, de acordo coma realidade de cada escola. Vocês sabiam que as recomendações do MEC falam de Parâmetros Curriculares e não de camisas de força curriculares?
E, novamente, caímos no conto do vigário... A orientação que era feita pela SME (sim, existia uma orientação para conhecimento de vocês) apontava para os conhecimentos e os conceitos que deveriam ser construídos em cada série – ou ciclo – e ao longo do Ensino Fundamental. Nunca mostraram essa material para a Sra. Secretária? A MultiEducação foi produzida pelas equipes pedagógicas da SME, e não por pessoas que desconhecem a nossa realidade.
De que inovação estão falando???
Orientou ainda os docentes a cobrar os deveres de casa das crianças e produziu cadernos de exercícios para as disciplinas. A aplicação de provas, que havia sido eliminada em administrações anteriores, voltou a ser regra e agora acontece a cada dois meses.
Cobrar deveres de casa das crianças... esse é mais um passo para alcançarmos a educação de qualidade? Vamos cobrar deveres de casa que serão feitos em que local? Sob a orientação de quem? Qual é o modelo de família e de casa que a SME imagina que existe?
A Sra. Secretária acredita mesmo que se aprende com quantidade de exercícios feitos? É com reforço repetitivo que se aprende?
Em que lugar está escrito que as provas foram eliminadas em administrações anteriores??? Outra afirmação leviana, típica de campanha eleitoral!
A avaliação contínua, processual e com vistas a dar um retorno para o professor sobre a quantas anda a aprendizagem de seus alunos, existe como pressuposto educativo desde o início do século passado. O que a SME pregou nos últimos tempos foi a necessidade de se variar a quantidade e a diversidade das situações avaliativas. NUNCA se proibiu a aplicação de provas, mas sempre insistimos que os alunos não devem ser avaliados por apenas uma prova, o que é completamente diferente e, parece, propositalmente distorcido.
“Antigamente, cada um seguia um caminho para chegar a um lugar que não sabíamos muito bem qual era. Hoje, falamos a mesma língua para atingir metas claras”, endossa a professora Deise Aparecida Gonçalves, com 22 anos de magistério na Escola Afonso Várzea, no Complexo do Alemão.
Por que é que os professores afirmam que não sabiam em qual lugar deveriam chegar? Qual é a dificuldade em compreender que o lugar que se pretende chegar, sempre, em qualquer ambiente educativo, é a aprendizagem? Os professores pararam de ensinar porque não havia um currículo padronizado e nem provas únicas? É essa a conclusão que devemos chegar ao ler a reportagem?
Claudia Costin: o professor como principal aliado nas mudanças
Entre as inúmeras batalhas travadas pela secretária Claudia Costin nos últimos meses, a mais dramática envolveu o analfabetismo entre os estudantes da rede. Essa situação vergonhosa veio à tona depois da aplicação de uma prova aos 211 000 alunos do 4º ao 6º ano, com idade entre 9 e 11 anos, logo no início de 2009. Com os exames, percebeu-se que 28 000 crianças eram analfabetas funcionais, como são chamadas as pessoas que, embora formalmente sejam capazes de ler e escrever, mostram-se incapazes de compreender um texto ou redigir uma pequena carta, por exemplo. Outro teste, aplicado a todas as séries, mostrou que quase 40% dos alunos apresentavam defasagem de conhecimento em matemática e 20% em português. Era um problema que vinha sendo jogado para debaixo do tapete fazia vários anos com a conivência de um sistema que previa a aprovação automática dos estudantes.
As afirmações são levianas. A Sra. Secretária está em plena guerra, numa batalha atrás da outra... vive dramaticamente cada dia (é para os leitores ficarem penalizados?). Esse problema nunca foi jogado para debaixo do tapete e nem houve conivência com essa situação. Houve descontinuidade nos processos, como está ocorrendo agora.
A situação do analfabetismo funcional vem de longa data e podemos afirmar, com carinho e pesar, que grande parte da responsabilidade dessa situação está no despreparo dos educadores para lidar com as metodologias de aprendizagem. Todas as vezes que se tenta alfabetizar sem sentido, é isso que ocorre. Paulo Freire nos ensinou essa parte, na década de 60.
E voltamos a mais um mantra eleitoreiro (isso, sim, é um mantra) que é a história da aprovação automática.
É tão mais fácil falar mal do sistema de avaliação, sem conhecê-lo, e ficar no senso comum, no lugar das coisas mal compreendidas...
Por que é que se tem tanta má vontade para tentar compreender que a avaliação não é uma peça solta no cardápio escolar? Por que é tão difícil as pessoas compreenderem que a avaliação é uma conseqüência natural, vinculada a uma prática pedagógica? E que, no caso do Rio de Janeiro, acreditamos que somos seres aprendentes, que ninguém desaprende, que a aprendizagem é contínua e que também construímos e reconstruímos conhecimentos? Por que é tão impossível se compreender que os alunos vão para a escola para aprender, e não para serem punidos? Por que é que não avaliamos o que o aluno sabe, ao invés de ficarmos perseguindo o que ele não sabe?Falamos todo o tempo em avaliação contínua e processual e essa expressão se transformou, simplesmente, em aprovação automática.
Isso é sério! É caso de calunia.
E quando, no final de 2009, já na gestão moralizadora, os diretores das escolas foram obrigados a inventar notas para os alunos que não tiveram professores durante o ano letivo? Foi uma das inúmeras ordens que foi dada em um dia para o mesmo dia... E ai de quem não cumprisse... Qual é nome que se dá a esse tipo de “avaliação”?
Inspirada em práticas bem-sucedidas no Brasil e no exterior, Claudia instituiu um programa de alfabetização para alunos de 4º e 5º ano, que já teve êxito com mais de 12 000 estudantes, e está enfrentando o déficit de aprendizagem com programas de reforço ministrados por voluntários, estagiários e ONGs. Os resultados desse esforço estão sendo medidos através da Prova Rio, uma avaliação externa aplicada uma vez por ano que permitiu identificar as 25 melhores escolas e as 100 piores do município.
As práticas bem sucedidas no Brasil são as divulgadas pelo Instituto Ayrton Senna – também contratado sem licitação e sem respaldo técnico pela SME. São livros didáticos que devem ser seguidos à risca, ao mesmo tempo, no mesmo ritmo, por todos os grupos envolvidos. Mais uma vez, os professores são obrigados a apenas seguir o que lhes é mandado, sem possibilidade de questionar ou adaptar o material as suas turmas.
Para isso, as equipes das Gerências de Educação das CREs transformaram-se em fiscalizadoras do projeto. Tomadoras de conta dos professores.
Quanto às práticas bem sucedidas no exterior, voltamos à história da contratação, também sem licitação e sem aval técnico, do Instituto Alfa e Beto, de Brasília, que pretende resolver o problema de alfabetização dos nossos alunos com o método fônico. A referência maior e mais divulgada é a da Dinamarca... Vocês devem saber que somos um povo muito próximo dos dinamarqueses. Nosso ambiente sócio-econômico-cultural é muito semelhante...
E voltamos, novamente à década de 60, com direito a reforço escolar e à “vovó viu a uva” e “o boi baba no babador”.
Com base nesses dados, os educadores das turmas de melhor desempenho serão premiados com um 14º salário. A assiduidade também será levada em conta na distribuição dos bônus — só receberão o prêmio os profissionais que tiverem menos de cinco faltas no ano. “A prefeitura está dando os primeiros passos de um longo caminho ao criar mecanismos, ferramentas e uma cultura de trabalho”, avalia o economista Sérgio Besserman, membro da comissão Parceiros da Educação Carioca, que reúne na secretaria representantes da sociedade civil.
Essas estratégias utilizadas pelos Administradores de plantão, com vistas à qualidade total ou coisa parecida, podem funcionar muito bem em empresas e fábricas, em que o que importa é ter um produto pronto e acabado num determinado tempo. Premiar os vendedores que conseguiram vender mais fogões, automóveis ou títulos de seguro também funciona, porque o sujeito só enxerga o sentido do seu trabalho na produtividade, que se traduz em vender e lucrar.
No nosso caso, premiar o que deve ser feito por todos, significa exatamente o quê? Estamos premiando os professores que não faltam e que ensinam? Mas essas não são condições básicas do trabalho docente?
E depois a gente reclama que a sociedade está numa total inversão de valores... que a competitividade está acabando com o ser humano... por que será? Será que esse tipo de atitude concorre para melhorar essa sociedade?Ou não conseguimos enxergar o que isso tem a ver com a formação dos alunos e dos próprios professores?
Até agora o que temos visto é uma exacerbação da competitividade em todos âmbitos. A SME está se esmerando em produzir competidores por excelência! As CREs disputam com as outras CREs. Escolas contra Escolas; professores contra professores; turmas contra turmas; alunos contra alunos...
Depois a gente chama a polícia para apartar... não é isso que estamos fazendo?
Isso é que estão chamando de educação de qualidade?
Abandonados pelas últimas administrações, os professores são um ponto crucial na estratégia. Para isso, a própria secretária abriu um canal direto de comunicação com o corpo docente ao tornar público seu e-mail pessoal já no primeiro dia no cargo. Em seguida, passou a utilizar ferramentas da internet, a começar pelo Twitter, para a divulgação de ideias, prestação de contas e notícias. Está com quase 6 000 seguidores.
Está certo, com a ressalva que os professores foram abandonados pela última administração e não pelas últimas administrações.
O canal direto de comunicação que a Sra. Secretária abriu, divulgando o seu e-mail pessoal, não representa absolutamente nada, na medida em que ela só responde, quando responde, ao que interessa a ela. Não se tem acesso para sugerir ou discordar de coisa alguma. Os professores se queixam que estão cansados de enviar mensagens que não têm resposta.
Os 5600 seguidores da Secretária são exatamente isso: seguidores. Apenas seguem. Os que merecem comentários e retwitadas são apenas os que concordam e aplaudem as iniciativas, que devem ser, mais ou menos uns... poucos. Os blogs e comunidades da SME são devidamente censurados e também só divulgam as mensagens elogiosas. Tá certo, tá certo, estão fazendo a parte deles.
É bom lembrar que, no afã de conquistar seguidores, a Sra. Secretária divulga coisas ainda não devidamente analisadas e amadurecidas pela sua equipe e, não raro, as suas mensagens são desmentidas, ou simplesmente enlouquecem a sua assessoria.
O corpo a corpo também tem sido importante nesse processo. Pelo menos duas vezes por semana ela deixa o gabinete e visita escolas. Faz questão de entrar em todas as salas. Como só conversa não basta, Claudia instituiu ainda um programa em que os educadores escolhem, a cada três meses, um livro nacional e um estrangeiro para ler. As obras que ganham essa espécie de eleição são distribuídas gratuitamente pela prefeitura. “Esse tipo de iniciativa dá um novo gás para a gente”, atesta Milene Basílio Stanislovaitis, diretora da Escola Ítalo Zappa, em Vargem Pequena.
Os livros e as visitas são excelentes iniciativas.
Pena que as os professores das Salas de Leitura, do PEJA e dos alunos portadores de necessidades especiais estejam sendo sacrificados por ordens e contra ordens.
Nascida em São Paulo, Claudia Maria Costin, 54 anos, construiu uma sólida carreira no setor público. Formada em administração pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), ela já exerceu os cargos de ministra da Reforma do Estado no governo FHC e de secretária de Cultura de São Paulo na gestão do governador Geraldo Alckmin. Foi também vice-presidente da Fundação Victor Civita, mantida pelo Grupo Abril, ao qual pertence Veja Rio.
E aqui a gente compreende perfeitamente a motivação dessa reportagem.
O que causa espanto é uma pessoa que lidou tanto tempo com a Revista Nova Escola não ter se apropriado de quase nada do que a revista divulga.
Convidada no fim de 2008 para assumir a Pasta da Educação no Rio, pediu ao prefeito Eduardo Paes carta branca para implementar por aqui as melhores práticas da área.
Faz isso com maestria. Não dá satisfação a ninguém dos seus atos, independente de estar ou não implementando as “melhores” práticas.
Foi atendida, mudou-se para a cidade e, desde então, conta que tem trabalhado uma média de doze horas por dia na secretaria e outras tantas em fóruns pela internet e visitas. Ao contrário de muitos dos seus pares, comporta-se na administração pública como se estivesse na iniciativa privada.
Inclusive, a assessoria direta fica “de castigo” na SME até tarde da noite, sem poder ir para casa, enquanto a Sra. Secretária twitta.
Seria bom tratar a instituição pública como pública, no que diz respeito à divulgação de suas justificativas. Induzir o leitor a acreditar que a iniciativa privada é melhor que a administração pública, é pouco sério e indigno.
Falemos das boas práticas. Isso não é um jogo: iniciativa privada X administração pública, não são anjos versus demônios. Existem boas e más condutas em todas as instâncias.
Seu desafio continua gigantesco. Mas, com tanto empenho, ela tem grandes chances de ser bem-sucedida.
E se continuar contando com a benevolência dos meios de comunicação, como tem sido até agora, poderá, inclusive, se candidatar a algum cargo eletivo no próximo pleito. Aí, sim, será totalmente bem sucedida!
Fonte: http://vejabrasil.abril.com.br/rio-de-janeiro/editorial/m1831/a-nova-cartilha-das-escolas - TAGS: SME/RJ - veja rio - educação
Retirado de http://www.peabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=22880
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Nasce um novo movimento climático na Bolívia
A cúpula climática na Bolívia teve seus momentos de alegria, leveza e absurdos. No fundo, porém, sente-se a emoção que esse encontro provocou: a raiva diante da impotência. A Bolívia está em meio a uma dramática transformação política, que nacionalizou indústrias e elevou como nunca as vozes indígenas. Mas suas geleiras andinas estão derretendo numa velocidade alarmante, ameaçando o fornecimento de água em duas de suas principais cidades. Os bolivianos não podem mudar seu destino por si mesmos. O artigo é de Naomi Klein.
Naomi Klein - Sin Permiso (The Nation)
Cochabamba, Bolívia. Eram 11 da manhã e Evo Morales tinha transformado o estádio de futebol numa gigantesca sala de aula, e tinha disposto organizadamente uma variedade de objetos de utilidade cotidiana: pratos de papelão, copos de plástico, capas de chuva descartáveis, xícaras feitas à mão, pratos de madeira e ponchos coloridos. Todos esses objetos desempenharam um papel para demonstrar um ponto central: para lutar contra a mudança climática necessitamos recuperar os valores dos indígenas.
No entanto, os países ricos têm pouco interesse em aprender essas lições e, ao contrário, promovem um plano que, no melhor dos casos, aumentaria a temperatura global em média dois graus centígrados. Isso implicaria o derretimento das geleiras dos Andes e do Himalaia, disse Morales a milhares de pessoas reunidas no estádio, participantes da Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra (http://cmpcc.org/). O que não era preciso dizer é que não importa o quão sustentável decida viver o povo boliviano, porque ele não tem poder para salvar suas geleiras.
A cúpula climática na Bolívia teve seus momentos de alegria, leveza e absurdos. No fundo, porém, sente-se a emoção que esse encontro provocou: a raiva diante da impotência.
Não há com que se surpreender. A Bolívia está em meio a uma dramática transformação política, que nacionalizou indústrias chave e elevou como nunca as vozes indígenas. No que concerne à sua crise existencial mais urgente, porém – o fato de que suas geleiras estão derretendo numa velocidade alarmante, que ameaça o fornecimento de água em duas de suas principais cidades -, os bolivianos não podem mudar seu destino por si mesmos.
Isso porque as ações que provocam o derretimento das geleiras não ocorrem na Bolívia, mas nas rodovias e zonas industriais dos países fortemente industrializados. Em Copenhague, os dirigentes das nações em perigo, como Bolívia e Tuvalu, argumentaram apaixonadamente em favor de um padrão na redução da emissão de gases que poderiam evitar uma catástrofe. Disseram-lhes amavelmente que a vontade política no Norte simplesmente não existia. E mais: os Estados Unidos deixou claro que não necessitava de que países pequenos como a Bolívia, fizessem parte de uma solução climática; negociaria um acordo a portas fechadas com outros emissores pesados de gases e o resto do mundo seria informado dos resultados e convidado a assinar, o que é precisamente o que se passou em Copenhague. Quando a Bolívia e o Equador se recusaram a aprová-lo, automaticamente o governo estadunidense cortou suja ajuda em 3 milhões e 2,5 milhões de dólares, respectivamente. Não é um processo gratuito, explicou Jonathan Pershing, negociador para assuntos climáticos estadunidense. (Aqui está a resposta para quem quer que se pergunte por que os ativistas do Sul rechaçam a idéia do apoio climático e, em troca, exigem o pagamento de dívidas climáticas). A mensagem de Pershing era de arrepiar: se és pobre, não tens direito a priorizar tua própria sobrevivência.
Quando Morales convidou os movimentos sociais e os defensores da mãe terra, cientistas, acadêmicos, advogados e governos a virem a Cochabamba para um novo tipo de cúpula climática, ocorreu uma revolta contra essa sensação de impotência; foi uma tentativa de construir uma base de poder em torno do direito de sobrevivência.
O governo boliviano tomou a frente nas discussões, propondo quatro grandes idéias: que se deveria outorgar direitos à natureza que a protejam da aniquilação dos ecossistemas (uma declaração universal dos direitos da mãe terra); que aqueles que violem esses e outros acordos ambientais internacionais deveriam responder legalmente (um tribunal de justiça climática seria instituído); que os países pobres deveriam receber vários tipos de compensação por uma crise que enfrentam mas que pouco contribuíram para instalação (dívida climática); e que deveria haver um mecanismo para que as pessoas ao redor do mundo expressassem seus pontos de vista sobre esses temas (um referendum mundial dos povos sobre a mudança climática).
A etapa seguinte consistiu em convidar a sociedade civil global a seguir discutindo os detalhes. Instalaram-se 17 grupos de trabalho e depois de semanas de discussão online reuniram-se em Cochabamba, com o objetivo de apresentar suas recomendações finais ao término da cúpula. O processo é fascinante mas longe de ser perfeito (por exemplo, como assinalou Jim Shultz, do Democracy Center, parece que o grupo de trabalho sobre o referendum investiu mais tempo discutindo se acrescentaria uma pergunta a respeito da abolição do capitalismo do que discutindo como se faz para levar a cabo uma consulta global). No entanto, o compromisso entusiasta da Bolívia com a democracia participativa poderia ser tomado como a contribuição mais importante da cúpula.
Isso porque, depois da débâcle de Copenhague, um tema de discussão tremendamente perigoso se tornou virótico: o verdadeiro culpado do fracasso era a própria democracia. O processo da Organização das Nações Unidas (ONU), que dá o mesmo peso a votos de 192 países, simplesmente era difícil demais de manejar. Era melhor encontrar soluções em grupos pequenos. Até vozes ambientais de confiança, como James Lovelock, caíram na armadilha. Tenho a sensação de que a mudança climática pode ser um tema tão severo como a guerra, disse Lovelock ao The Guardian, recentemente. Quiçá seja necessário pôr a democracia em pausa durante um tempo. Mas na realidade são esses pequenos grupos, como o clube privado que forçou o Acordo de Copenhague, os que propiciaram a perda de terreno e a debilidade dos acordos existentes, que por si sós são inadequados. Em troca, a política de mudança climática levada a Copenhague pela Bolívia foi escrita pelos movimentos sociais por meio de um processo participativo e o resultado final foi, até o momento, a visão mais transformadora e radical.
Com a cúpula de Cochabamba, a Bolívia tenta globalizar o que conseguiu em escala nacional e convidar o mundo a participar da redação de uma agenda climática conjunta, antes do próximo encontro sobre mudança climática da ONU, em Cancún. Nas palavras do embaixador da Bolívia nas Nações Unidas, Pablo Solón, a única coisa que pode salvar a humanidade de uma tragédia é o exercício da democracia global.
Se isso é correto, o processo boliviano poderia não só salvar ao nosso planeta, que está com temperaturas em alta, mas também as nossas democracias em vias de fracasso. Não é um mal acordo, absolutamente.
Tradução: Katarina Peixoto
Fotos: Agência Boliviana de Informação
Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16551
Naomi Klein - Sin Permiso (The Nation)
Cochabamba, Bolívia. Eram 11 da manhã e Evo Morales tinha transformado o estádio de futebol numa gigantesca sala de aula, e tinha disposto organizadamente uma variedade de objetos de utilidade cotidiana: pratos de papelão, copos de plástico, capas de chuva descartáveis, xícaras feitas à mão, pratos de madeira e ponchos coloridos. Todos esses objetos desempenharam um papel para demonstrar um ponto central: para lutar contra a mudança climática necessitamos recuperar os valores dos indígenas.
No entanto, os países ricos têm pouco interesse em aprender essas lições e, ao contrário, promovem um plano que, no melhor dos casos, aumentaria a temperatura global em média dois graus centígrados. Isso implicaria o derretimento das geleiras dos Andes e do Himalaia, disse Morales a milhares de pessoas reunidas no estádio, participantes da Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra (http://cmpcc.org/). O que não era preciso dizer é que não importa o quão sustentável decida viver o povo boliviano, porque ele não tem poder para salvar suas geleiras.
A cúpula climática na Bolívia teve seus momentos de alegria, leveza e absurdos. No fundo, porém, sente-se a emoção que esse encontro provocou: a raiva diante da impotência.
Não há com que se surpreender. A Bolívia está em meio a uma dramática transformação política, que nacionalizou indústrias chave e elevou como nunca as vozes indígenas. No que concerne à sua crise existencial mais urgente, porém – o fato de que suas geleiras estão derretendo numa velocidade alarmante, que ameaça o fornecimento de água em duas de suas principais cidades -, os bolivianos não podem mudar seu destino por si mesmos.
Isso porque as ações que provocam o derretimento das geleiras não ocorrem na Bolívia, mas nas rodovias e zonas industriais dos países fortemente industrializados. Em Copenhague, os dirigentes das nações em perigo, como Bolívia e Tuvalu, argumentaram apaixonadamente em favor de um padrão na redução da emissão de gases que poderiam evitar uma catástrofe. Disseram-lhes amavelmente que a vontade política no Norte simplesmente não existia. E mais: os Estados Unidos deixou claro que não necessitava de que países pequenos como a Bolívia, fizessem parte de uma solução climática; negociaria um acordo a portas fechadas com outros emissores pesados de gases e o resto do mundo seria informado dos resultados e convidado a assinar, o que é precisamente o que se passou em Copenhague. Quando a Bolívia e o Equador se recusaram a aprová-lo, automaticamente o governo estadunidense cortou suja ajuda em 3 milhões e 2,5 milhões de dólares, respectivamente. Não é um processo gratuito, explicou Jonathan Pershing, negociador para assuntos climáticos estadunidense. (Aqui está a resposta para quem quer que se pergunte por que os ativistas do Sul rechaçam a idéia do apoio climático e, em troca, exigem o pagamento de dívidas climáticas). A mensagem de Pershing era de arrepiar: se és pobre, não tens direito a priorizar tua própria sobrevivência.
Quando Morales convidou os movimentos sociais e os defensores da mãe terra, cientistas, acadêmicos, advogados e governos a virem a Cochabamba para um novo tipo de cúpula climática, ocorreu uma revolta contra essa sensação de impotência; foi uma tentativa de construir uma base de poder em torno do direito de sobrevivência.
O governo boliviano tomou a frente nas discussões, propondo quatro grandes idéias: que se deveria outorgar direitos à natureza que a protejam da aniquilação dos ecossistemas (uma declaração universal dos direitos da mãe terra); que aqueles que violem esses e outros acordos ambientais internacionais deveriam responder legalmente (um tribunal de justiça climática seria instituído); que os países pobres deveriam receber vários tipos de compensação por uma crise que enfrentam mas que pouco contribuíram para instalação (dívida climática); e que deveria haver um mecanismo para que as pessoas ao redor do mundo expressassem seus pontos de vista sobre esses temas (um referendum mundial dos povos sobre a mudança climática).
A etapa seguinte consistiu em convidar a sociedade civil global a seguir discutindo os detalhes. Instalaram-se 17 grupos de trabalho e depois de semanas de discussão online reuniram-se em Cochabamba, com o objetivo de apresentar suas recomendações finais ao término da cúpula. O processo é fascinante mas longe de ser perfeito (por exemplo, como assinalou Jim Shultz, do Democracy Center, parece que o grupo de trabalho sobre o referendum investiu mais tempo discutindo se acrescentaria uma pergunta a respeito da abolição do capitalismo do que discutindo como se faz para levar a cabo uma consulta global). No entanto, o compromisso entusiasta da Bolívia com a democracia participativa poderia ser tomado como a contribuição mais importante da cúpula.
Isso porque, depois da débâcle de Copenhague, um tema de discussão tremendamente perigoso se tornou virótico: o verdadeiro culpado do fracasso era a própria democracia. O processo da Organização das Nações Unidas (ONU), que dá o mesmo peso a votos de 192 países, simplesmente era difícil demais de manejar. Era melhor encontrar soluções em grupos pequenos. Até vozes ambientais de confiança, como James Lovelock, caíram na armadilha. Tenho a sensação de que a mudança climática pode ser um tema tão severo como a guerra, disse Lovelock ao The Guardian, recentemente. Quiçá seja necessário pôr a democracia em pausa durante um tempo. Mas na realidade são esses pequenos grupos, como o clube privado que forçou o Acordo de Copenhague, os que propiciaram a perda de terreno e a debilidade dos acordos existentes, que por si sós são inadequados. Em troca, a política de mudança climática levada a Copenhague pela Bolívia foi escrita pelos movimentos sociais por meio de um processo participativo e o resultado final foi, até o momento, a visão mais transformadora e radical.
Com a cúpula de Cochabamba, a Bolívia tenta globalizar o que conseguiu em escala nacional e convidar o mundo a participar da redação de uma agenda climática conjunta, antes do próximo encontro sobre mudança climática da ONU, em Cancún. Nas palavras do embaixador da Bolívia nas Nações Unidas, Pablo Solón, a única coisa que pode salvar a humanidade de uma tragédia é o exercício da democracia global.
Se isso é correto, o processo boliviano poderia não só salvar ao nosso planeta, que está com temperaturas em alta, mas também as nossas democracias em vias de fracasso. Não é um mal acordo, absolutamente.
Tradução: Katarina Peixoto
Fotos: Agência Boliviana de Informação
Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16551
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Pais aprovam novas regras que dão poder a mestres
Ministério Público dará ‘consultoria’ a diretores em casos de transgressão grave
POR ANNA LUIZA GUIMARÃES
Rio - Diretores e professores da rede municipal já contam com dois importantes aliados para garantir o cumprimento pelos alunos do novo Regimento Escolar, que entrou ontem em vigor: o Ministério Público, que funcionará como uma espécie de consultor para casos mais graves de desobediência, e os pais dos estudantes, que aprovaram as normas. O regimento, entre outras medidas, proíbe as chamadas ‘pulseiras do sexo’, bonés e aparelhos eletrônicos nas escolas, como antecipou ontem o ‘Informe do DIA’.
Novo Regimento Escolar, que entrou ontem em vigor, proíbe as chamadas ‘pulseiras do sexo’, bonés e aparelhos eletrônicos nas escolas | Foto: Eduardo Naddar / Agência O Dia O objetivo é devolver aos mestres a autoridade perdida. Eles terão respaldo, por exemplo, para reter por dois dias o celular do aluno que usar o telefone em sala de aula. “Queremos resgatar a autoridade dos professores”, explicou a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, acrescentando que os educadores serão responsáveis por observar o cumprimento das determinações. A direção poderá decidir até pela transferência do aluno que insistir na transgressão.
Mãe de três estudantes da rede municipal em Olaria, Andrea Santos, 35 anos, elogiou as regras. “Muitos pais não entendem quando o professor toma o celular do aluno, mas esses aparelhos atrapalham a concentração”, diz Andrea, que também se preocupa com as pulseirinhas. “Até meu filho de 5 anos disse que queria. Conversei em casa, expliquei que não era bom usar a pulseira e entenderam”, contou. José Ricardo Moreira, pai de aluna de 12 anos, já faz a filha cumprir as regras: “Ela não usa celular na sala nem essa pulseira da moda. Nós conversamos com ela. As normas são ótimas. Precisam do apoio dos pais”. O professor de História Marcos Amorim lembra que o exemplo precisa vir também dos mestres: “Temos que desligar o celular também”.
Ontem, em escolas municipais na Tijuca, Maracanã e Praça da Bandeira, embora estivessem acostumados com esse tipo de recomendação, os alunos se assustaram ao saber, pelos professores, que a desobediência às regras poderá resultar na perda temporária dos objetos pessoais. “Ninguém quer ouvir sermão em casa”, diz a estudante da Escola Municipal Martin Luther King, na Praça da Bandeira, Dominique Lima, 14.
O celular é o item proibido mais polêmico. As amigas Aline Abel, 13, Adriana Brito da Silva, 12, Keitura Suane, 13, usam por recomendação dos pais. “Minha mãe quer poder falar comigo a qualquer hora. Deixo o celular para vibrar em cima da mesa”, conta Aline. E o estudante V., 17, admite usar o MP5 que ganhou dos pais para colar nas provas. “Gravo partes da matéria aqui e escuto na hora da prova. Ninguém percebe”, confessa o menino, que também usa as pulseirinhas do sexo.
Professora da Faculdade de Educação da Uerj e ex-diretora de escola municipal, Bertha do Valle diz que, para ser eficiente, o regimento preciso vir com empenho dos pais e ações pedagógicas pertinentes. “É preciso que as escolas tenham diálogo com alunos e que pais ajudem na aplicação dessas medidas”, diz.
Registro policial para transgressões graves
Segundo o coordenador da Promotoria da Infância e Juventude, Roberto Medina, a orientação à direção em transgressões graves — alunos com armas de fogo, agressões físicas ou depredação da escola — é registrar o caso na delegacia. “Nossa recomendação é que o jovem seja submetido a medidas socioeducativas cabíveis”, explicou o promotor, que elogiou o regimento: “Vai ajudar diretores e professores a agir”.
Moda entre crianças e adolescentes, as pulseiras são um perigoso jogo — cada cor corresponde a um ato sexual que deve ser cumprido quando o acessório arrebentar — e viraram caso de polícia. Em março, uma menina de 13 anos foi estuprada no Paraná por quatro rapazes que arrebentaram as pulseiras dela. No último dia 5, em Manaus, a morte de duas adolescentes teve como suspeita o uso de pulseiras coloridas.
Uma das jovens, de 14 anos, foi encontrada morta em um quarto de hotel com seis pulseiras coloridas que, segundo a polícia, foram arrebentadas pelo autor do crime. A outra possível vítima, também adolescente, foi esfaqueada na noite da Sexta-feira Santa, no bairro Valparaíso, também em Manaus. Ao lado do corpo da menor, foram encontradas duas pulseiras arrebentadas.
No Rio, escolas particulares têm pedido aos pais que não deixem seus filhos usarem as pulseiras.
ODIA: 15.04.2010 - http://odia.terra.com.br/portal/educacao/html/2010/4/pais_aprovam_novas_regras_que_dao_poder_a_mestres_75609.html>
POR ANNA LUIZA GUIMARÃES
Rio - Diretores e professores da rede municipal já contam com dois importantes aliados para garantir o cumprimento pelos alunos do novo Regimento Escolar, que entrou ontem em vigor: o Ministério Público, que funcionará como uma espécie de consultor para casos mais graves de desobediência, e os pais dos estudantes, que aprovaram as normas. O regimento, entre outras medidas, proíbe as chamadas ‘pulseiras do sexo’, bonés e aparelhos eletrônicos nas escolas, como antecipou ontem o ‘Informe do DIA’.
Novo Regimento Escolar, que entrou ontem em vigor, proíbe as chamadas ‘pulseiras do sexo’, bonés e aparelhos eletrônicos nas escolas | Foto: Eduardo Naddar / Agência O Dia O objetivo é devolver aos mestres a autoridade perdida. Eles terão respaldo, por exemplo, para reter por dois dias o celular do aluno que usar o telefone em sala de aula. “Queremos resgatar a autoridade dos professores”, explicou a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, acrescentando que os educadores serão responsáveis por observar o cumprimento das determinações. A direção poderá decidir até pela transferência do aluno que insistir na transgressão.
Mãe de três estudantes da rede municipal em Olaria, Andrea Santos, 35 anos, elogiou as regras. “Muitos pais não entendem quando o professor toma o celular do aluno, mas esses aparelhos atrapalham a concentração”, diz Andrea, que também se preocupa com as pulseirinhas. “Até meu filho de 5 anos disse que queria. Conversei em casa, expliquei que não era bom usar a pulseira e entenderam”, contou. José Ricardo Moreira, pai de aluna de 12 anos, já faz a filha cumprir as regras: “Ela não usa celular na sala nem essa pulseira da moda. Nós conversamos com ela. As normas são ótimas. Precisam do apoio dos pais”. O professor de História Marcos Amorim lembra que o exemplo precisa vir também dos mestres: “Temos que desligar o celular também”.
Ontem, em escolas municipais na Tijuca, Maracanã e Praça da Bandeira, embora estivessem acostumados com esse tipo de recomendação, os alunos se assustaram ao saber, pelos professores, que a desobediência às regras poderá resultar na perda temporária dos objetos pessoais. “Ninguém quer ouvir sermão em casa”, diz a estudante da Escola Municipal Martin Luther King, na Praça da Bandeira, Dominique Lima, 14.
O celular é o item proibido mais polêmico. As amigas Aline Abel, 13, Adriana Brito da Silva, 12, Keitura Suane, 13, usam por recomendação dos pais. “Minha mãe quer poder falar comigo a qualquer hora. Deixo o celular para vibrar em cima da mesa”, conta Aline. E o estudante V., 17, admite usar o MP5 que ganhou dos pais para colar nas provas. “Gravo partes da matéria aqui e escuto na hora da prova. Ninguém percebe”, confessa o menino, que também usa as pulseirinhas do sexo.
Professora da Faculdade de Educação da Uerj e ex-diretora de escola municipal, Bertha do Valle diz que, para ser eficiente, o regimento preciso vir com empenho dos pais e ações pedagógicas pertinentes. “É preciso que as escolas tenham diálogo com alunos e que pais ajudem na aplicação dessas medidas”, diz.
Registro policial para transgressões graves
Segundo o coordenador da Promotoria da Infância e Juventude, Roberto Medina, a orientação à direção em transgressões graves — alunos com armas de fogo, agressões físicas ou depredação da escola — é registrar o caso na delegacia. “Nossa recomendação é que o jovem seja submetido a medidas socioeducativas cabíveis”, explicou o promotor, que elogiou o regimento: “Vai ajudar diretores e professores a agir”.
Moda entre crianças e adolescentes, as pulseiras são um perigoso jogo — cada cor corresponde a um ato sexual que deve ser cumprido quando o acessório arrebentar — e viraram caso de polícia. Em março, uma menina de 13 anos foi estuprada no Paraná por quatro rapazes que arrebentaram as pulseiras dela. No último dia 5, em Manaus, a morte de duas adolescentes teve como suspeita o uso de pulseiras coloridas.
Uma das jovens, de 14 anos, foi encontrada morta em um quarto de hotel com seis pulseiras coloridas que, segundo a polícia, foram arrebentadas pelo autor do crime. A outra possível vítima, também adolescente, foi esfaqueada na noite da Sexta-feira Santa, no bairro Valparaíso, também em Manaus. Ao lado do corpo da menor, foram encontradas duas pulseiras arrebentadas.
No Rio, escolas particulares têm pedido aos pais que não deixem seus filhos usarem as pulseiras.
ODIA: 15.04.2010 - http://odia.terra.com.br/portal/educacao/html/2010/4/pais_aprovam_novas_regras_que_dao_poder_a_mestres_75609.html>
quinta-feira, 8 de abril de 2010
A direção do Sepe/RJ acompanha os profissionais da Educação que denunciam as agressões sofridas no local de trabalho..
Denuncias de agressão nas Escolas Públicas do Rio de Janeiro |
A direção do Sepe/RJ acompanha os profissionais da educação da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello (Rua Oito de Dezembro, 275), cuja diretora foi agredida a socos e pontapés e ameaçada de morte por alunos da unidade no dia 29 de março de 2010. Cerca de dez estudantes agrediram a diretora. As conseqüências não foi maior por que a diretora conseguiu se refugiar num dos banheiros da escola junto com outros funcionários. Após a agressão os alunos promoveram uma verdadeira rebelião na unidade, depredando as instalações da cozinha e virando as latas de lixo no pátio e na rua Oito de Dezembro, no Maracanã. A escola fechou nos dias 30 e 31 de março e a diretora foi afastada pela SME “preventivamente”.
Na manhã desta segunda (dia 05 de abril), a direção do sindicato, juntamente com profissionais da escola está no Centro Administrativo São Sebastião (Praça Onze), sede da prefeitura, onde tentam conseguir uma audiência com a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, para apresentar a denúncia do ocorrido e exigir providências imediatas da secretária e garantias para os profissionais que trabalham na unidade, que voltou a reabrir as portas parcialmente nesta manhã. O Sepe entregará um dossiê sobre a violência escolar ao Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Câmara de Vereadores e Assembléia Legislativa. Já que as agressões contra profissionais da educação no ambiente escolar estão se tornando uma constante.
Rio de Janeiro, 14 de abril
Alunos de escola municipal no Rocha apedrejam escola:
Cerca de 20 alunos apedrejaram hoje pela manhã as janelas da Escola Municipal José Veríssimo, no Bairro do Rocha, Zona Norte do Rio. Até a janela da Sala dos Professores foi apedrejada. Antes, os estudantes fizeram uma balbúrdia nos corredores da escola. A diretoria e os professores da unidade não sabem o motivo da confusão. A diretoria da EM José Veríssimo prestou queixa na 25ª Delegacia. O Sepe está no local, reunido com os professores.
A escola está aberta neste momento, mas os professores não estão dando aula, pois consideram que não há segurança no local. A escola só está aberta, apesar do incidente, por ordem da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).
É o segundo caso grave de violência em uma escola municipal ocorrido nas ultimas duas semanas. No final de março, alunos da EM. Gal. Humberto de Souza Mello (Maracanã) agrediram a diretora. O Sepe vem pedindo uma audiência com a secretária de Educação Claudia Costin para discutir os problemas da violência nas escolas públicas. O sindicato acredita que a carência de funcionários administrativos, tais como inspetores e vigias, piora o problema da violência.
A seguir, a carta que o Sepe protocolou na prefeitura, com o pedido de audiência:
"Em função dos últimos acontecimentos na EM General Humberto de Souza Mello e considerando que as ocorrências de agressões morais e físicas aos profissionais das escolas vem acontecendo freqüentemente na rede, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro vem por meio deste requerer a esta Secretaria todos os dados de agressões nas escolas municipais do Rio de Janeiro. É necessário que se faça, imediatamente, um levantamento de todas as agressões sofridas em escolas, no sentido de garantir políticas públicas para a resolução a médio e curto prazo do problema.
"Na visão do sindicato o problema da violência interna nas escolas tem como um dos fatores fundamentais a carência de profissionais desta rede. Nesses sentido solicitamos também que a SME esclareça a nossa entidade o quantitativo de profissionais, concursados, existentes, hoje em nossa escolas, enviando os quadros de todos profissionais e sua quantificação."
Relato da Regional III sobre incidente na EM Humberto de Souza Mello
Regional III esteve na 20ª DP ontem e direção prestou depoimento com base nos dados contidos no documento abaixo.
Hoje, o mesmo material será entregue no Ministério Público Estadual.
O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) vai apresentar hoje (08.04.2010), ao Ministério Público uma “noticia crime” em relação à agressão que alunos da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello (Rua Oito de Dezembro, 275 – Maracanã) fizeram à diretora daquela unidade, na semana passada. O Sindicato quer levar ao conhecimento das autoridades competentes informações sobre o incidente na EM Humberto de Souza para que as providências legais cabíveis sejam aplicadas. Ontem (08.04.2010), a direção do Sindicato foi à 20ª DP, em Vila Isabel, onde relatou os acontecimentos e exigiu providências das autoridades para garantir a segurança dos profissionais da Educação que trabalham nas escolas municipais, tendo em vista que tais fatos não são nenhuma novidade no cotidiano da categoria.
Veja abaixo o teor do documento:
Rio de Janeiro, 9 de abril de 2010.
A Regional III do Sindicato Estadual dos profissionais da Educação do Rio de Janeiro vem através do presente documento, pedir a este órgão intervenção junto à Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, no sentido de exigir providências para a resolução dos problemas de violência vividos pelos profissionais e alunos da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello situada em Vila Isabel.
Agressão à diretora e depredação de escola em Vila Isabel
Na segunda-feira, dia 29 de março, a EM General Humberto de Souza Mello foi vítima de uma agressão sem precedentes no Rio de Janeiro. A escola sofreu vários incidentes de brigas que culminou com tumultuo generalizado, ocasionando agressão física e moral à diretora da escola e depredação do patrimônio público, com sérios riscos para a integridade física de profissionais e alunos. A violência ultrapassou o espaço físico da escola, havendo interdição da rua por latões de lixo. A partir de uma briga entre três alunos da escola, a direção que então tentava apartar a briga, passou a ser agredida. Um grupo de alunos então iniciou uma ação de depredação de parte do patrimônio da escola: arremesso de cadeiras; furto de materiais dos alunos menores; quebra de vidraças; furto de facas da cozinha e invasão da dispensa. Neste momento houve pânico generalizado com alunos e profissionais chorando. Os adolescentes desciam as escadas gritando palavras de baixo calão, com ameaças de atear fogo na escola e ameaça à vida da diretora. A sala de professores foi invadida. Arrombaram armários, danificaram computadores e outros utensílios e arrancaram o fio de telefones. Espalharam açúcar pelo chão, jogaram pedras em muitos vidros das janelas, espalharam lixo pelo corredor, pátio e escadas, como comprovam algumas fotos em anexo. Uma criança arremessou latões de coletas de lixo seletivo por cima do muro da escola, para o fechamento da rua. Alguns alunos saíram da escola aos gritos de: “A Mara não sairá viva daqui”. Em meio a todo esse conflito, O aluno que teria agredido a diretora, saiu da escola e voltou em seguida com sua mãe e mais alguns amigos ou familiares. Entraram na escola aos gritos de ameaça de agressão e depredação da escola. Professores, funcionários e alunos que aguardavam serem buscados, tiveram que se esconder dentro da cozinha e banheiros em função das pedras que foram lançadas contra as janelas.
A escola já tinha sido vítima de outras agressões ao longo dos últimos anos e mesmo ainda este ano. Recentemente, um dos alunos torceu o braço de uma funcionária administrativa, obrigando-a a abrir o portão, causando o afastamento da servidora, até os dias atuais.
Conta ainda a escola que na semana anterior aos fatos, a Diretora adjunta teria sido atingida por uma cadeira pelo mesmo aluno agressor da diretora.
A comunidade escolar sente-se coagida, ameaçada, escorraçada e aviltada, segundo seus próprios depoimentos.
Segundo relatos, a direção da escola apenas fazia o que qualquer direção de escola hoje faz. Atuava como agente educador, já que na escola não existe esta função. A bem da verdade, a função do antigo inspetor de alunos (o agente educador) já está praticamente extinta em toda a rede.
A Escola General Humberto de Souza Mello tem cerca de 800 alunos distribuídos em três andares e já havia feito várias ocorrências de agressões até o ano passado à 2ª CRE, sem que nenhuma providência fosse tomada.
Além deste episódio que chegou a ser divulgado em toda a mídia, houve também um outro na mesma Unidade Escolar, onde em 2005 uma aluna do Ensino Infantil, de 4 anos morreu ao cair de um basculante (janela da sala de aula) e até hoje nenhuma providência foi tomada. Sequer o telamento dos basculantes das salas de aula foi feito. Naquela ocasião a professora da turma possuía 25 alunos em uma turma de alunos com 4 e 5 anos e não tinha nenhum professor auxiliar. Além da escola continuar sem nenhum agente educador(inspetor), ou professor auxiliar para o Ensino Infantil, nada mudou desde então.
O que fazer para mudar?
Como o Sepe vem alertando há alguns anos, a falta das condições de trabalho, a falta de pessoal e a política sistemática dos governos da Prefeitura do Rio de Janeiro, de reduzir os investimentos nas escolas públicas, trazem para dentro dessa escola a revolta e a indignação da comunidade escolar. São os profissionais que nela trabalham aqueles que exercem o contato direto com os membros destas comunidades. A cobrança dos problemas na educação tem sido materializada através de várias agressões de alunos e membros da comunidade aos nossos profissionais.
A substituição de profissionais concursados por voluntários e estagiários, demonstra bem o tamanho dessa omissão e descaso. Precisamos de uma escola onde o ambiente pedagógico seja resgatado. Uma escola que produza e construa o conhecimento de alunos e profissionais numa relação de troca amistosa. Para este resgate a população precisa conviver com uma escola com qualidade, que não seja apenas o depósito de crianças ou que tenha a função meramente de uma “creche de luxo” para que a comunidade possa exercer atividades para sua sobrevivência.
Precisamos de choque de investimento e já!
Medidas fundamentais para conter a violência na EM General Humberto de Souza Mello e nas escolas da rede municipal:
• Redução do número de alunos por sala de aula. Plano de construção de novas unidades escolares.
• Chamada do banco de espera e novos concursos para funções como agentes educadores, porteiros, professores e merendeiras e agentes de secretaria. Todas as funções dentro das escolas tem a sua importância no que diz respeito a garantia de um ambiente pedagógico e de normalidade escolar.
Os porteiros e inspetores (agentes educadores)- O porteiro é fundamental para garantir a normalidade do acesso e tranqüilidade na porta da escola, assim como o agente educador para garantir a tranqüilidade nos corredores, pátios, escadas, banheiros… Mas não adianta colocar um agente educador em algumas escolas. O agente educador deve ser em número proporcional ao quantitativo de alunos por escola. Nada pode substituir nossos profissionais. A substituição de profissionais concursados por voluntários e estagiários, demonstra bem o tamanho da omissão e descaso do governo. Precisamos de uma escola onde o ambiente pedagógico seja resgatado.
o A valorização profissional de nossos trabalhadores da educação é parte fundamental neste resgate. Os baixos salários levam nossa categoria a uma sobrecarga de trabalho para garantir sua subsistência.
• Um outro fator é a desorientação e os problemas psicológicos, reflexos, muitas vezes, das condições sociais de nossos alunos. Alunos já com algum tipo de envolvimento no mundo do tráfico e com drogas, precisam de acompanhamento psicológico e de orientação de nossos profissionais. É necessário retomar algumas funções específicas para o desenvolvimento destes alunos.
Para a orientação de alunos e pais precisamos de profissionais psicólogos e orientadores educacionais dentro das escolas. Estes profissionais teriam condições de treinamento e de acompanhamento dos problemas que atingem nossos alunos. Problemas de várias matizes, desde as dificuldades em aprendizagem, quanto o envolvimento com o mundo da marginalidade.
A contratação de psicólogos e orientadores educacionais para trabalhar com os alunos com dificuldade em aprendizagem e com possível envolvimento com drogas tem que ser, hoje, uma das prioridades para as escolas. A dificuldade de aprendizagem é um dos fatores mais comuns no aparecimento da violência nas escolas. Alunos frustrados por sua incapacidade no acompanhamento dos conteúdos trabalhados em sala de aula, normalmente são eles os mais propensos a atitudes de violência e revolta. O tratamento para estes alunos não é oferecido atualmente pela rede municipal. Deixando a cargo dos professores a tarefa de tentar auxiliá-los, o que extrapola a capacidade e a formação de nossos profissionais.
• o Tempo para planejamento O tempo de planejamento para os professores organizarem suas aulas já é praticamente inexistente. A reunião que é feita pela escola em centros de estudos, hoje serve apenas para serem repassadas as últimas orientações das CREs e SME. Por isso sem tempo para planejarem aulas, os professores quase sempre tem que improvisar. E a falta de planejamento sempre foi um fator que contribui para a perda do controle da turma. Além de não permitir que possamos elaborar aulas interessantes e que agucem a participação e o interesse dos alunos.
• Os baixos salários e a desvalorização profissional que leva nossos profissionais a trabalharem além do que seria aceitável, provocando assim o esgotamento destes profissionais.
• Para aplicação destas propostas, o governo precisa parar imediatamente de repassar verbas para empresas e suas fundações. É preciso direcionar toda a verba destinada a educação, à melhoria de nossas condições salariais e de trabalho.
o Não podemos deixar de citar a verdadeira campanha produzida como por exemplo as cartilhas entregues aos responsáveis por alunos, no início deste ano, onde é dito ao pai de aluno que vá a escola cobrar do professor isso ou aquilo e que denuncie a SME os profissionais de sua escola. Dessa forma a Prefeitura estimula a revolta da comunidade contra profissionais. Inverte os papéis e leva a comunidade acreditar que os responsáveis pela falta de qualidade nas escolas, e por todas as carência que temos na educação, é do professor, a direção enfim, a escola e não da redução de investimentos na educação feita pelo governo.
o Reuniões periódicas com os profissionais da escola e a comunidade para uma maior aproximação destes segmentos.
Certos do pronto atendimento deste órgão, a nossas reivindicações agradecemos desde já.
Coordenação Geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação/ Regional III
Veja abaixo a critica de alguns jornais (web).
Estudante e mãe na mira da polícia por agressão a diretora
A família e a vítima vão prestar depoimento hoje. Guardas municipais estão dentro do colégio para dar segurança
Rio – Um aluno de 12 anos e sua mãe podem responder por agredir fisicamente a diretora da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello, em Vila Isabel, dia 29. Eles ainda podem ser responsabilizados por depredação do patrimônio público, injúria e desacato. Inquérito criminal foi aberto pela delegada Leila Goulart, titular da 20ª DP (Vila Isabel). Para garantir a segurança na unidade, guardas municipais foram deslocados para dentro da unidade e uma patrulha do 6º BPM (Tijuca) vigia a porta do colégio desde ontem.
Conforme O DIA noticiou ontem, com exclusividade, no dia 29, a diretora M. apartou a briga entre dois alunos e chamou a mãe de um deles na escola. Segundo a delegada Leila, antes da chegada da mãe, o jovem, morador do Morro da Mangueira, começou a destruir vidraças com pedradas.
Contrariada com a repreensão pelo comportamento do filho, a responsável xingou a professora e arrancou os fios do telefone. O menino bateu na diretora. “Em vez de a mãe chamar a atenção do filho, fez o contrário: invadiu a sala da secretaria aos gritos, começou a quebrar as coisas, e insuflou os colegas de sala do filho, que começaram a aplaudi-la e também depredaram a escola”, contou a delegada Leila.
DEPOIMENTOS HOJE
Abalada, a diretora entrou de licença médica e não registrou a violência física. Hoje, às 11h, estão previstos os depoimentos da mãe e do estudante na 20ª DP. Ele deverá responder aos crimes na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), por ser menor. Em seguida, a diretora prestará novo depoimento. Peritos também vão ao colégio.
Ontem de manhã, a escola funcionou normalmente, mas a maior parte dos 600 alunos não foi às aulas e duas professoras faltaram. Normalmente, 76 docentes trabalham na unidade de ensino.
“Isso aqui é um barril de pólvora. Não é qualquer professor que aguenta esses alunos”, desabafou vizinha da escola, amiga de uma professora de lá.
PREOCUPAÇÃO
Uma semana antes da agressão à diretora, merendeira teve o braço torcido por outro estudante. Mãe de dois alunos de 10 e 4 anos, a dona de casa Rosilene Gomes da Silva, 41 anos, estava apavorada: “Pensei muito antes de trazer meus filhos para a aula. Deixo eles aqui com muita preocupação. Volta e meia tem muita confusão na escola. Quando o telefone lá em casa toca no horário em que eles estão na aula, fico com o coração apertado”.
Cinco dias antes, outro estudante da unidade agrediu merendeira
Apenas cinco dias antes do episódio envolvendo a diretora, uma merendeira, de 44 anos, também sofreu violência física na Escola Municipal General Humberto de Souza Mello. Pior: o agressor seria um irmão mais novo do aluno, que foi pivô da briga que resultou em quebra-quebra no dia 29 de março.
“Estava com o braço direito operado e, por isso, fui trabalhar no pátio. Esse menor, que deve ter 10 anos, disse que queria sair. Respondi que não. Ele, então, pegou meu braço e começou a torcer. As dores foram insuportáveis. A palavra ‘não’ para muitos alunos daquela escola é inadmissível”, contou a merendeira. A agressão resultou numa tendinite traumática e, por isso, a merendeira está de licença médica até o dia 4 de maio.
A Secretaria Municipal de Educação disse que o caso da merendeira foi relatado ontem pelos professores e que foi determinada abertura de sindicância para apurar os fatos.
Secretária de Educação foi à unidade acalmar servidores
A secretária municipal de Educação, Claudia Costin, foi, ontem, prestar solidariedade à equipe de professores e à direção da escola. O órgão informou que ficou sabendo do episódio no mesmo dia em que aconteceu, mas, como era tarde e véspera do ponto facultativo, não foi possível tomar medidas administrativas.
A secretaria determinou a instauração de uma sindicância para apurar as agressões com o prazo de 60 dias para conclusão. Em reunião com os professores, Costin decidiu que a Guarda Municipal ficará na escola até que os agentes educadores sejam encaminhados para a unidade. Três mães educadoras passarão a atuar nos horários do recreio, da entrada e da saída dos alunos.
Além disso, o Conselho Escola Comunidade tomará decisões sobre a punição aos estudantes envolvidos, que podem ser transferidos.Depois de conversa com a secretária, a diretora agredida decidiu voltar a comandar o colégio quando acabar a licença médica.
Professores têm pesadelos e vítima recebe ameaças para retirar queixa
“Somos todos escravos do medo”. O desabafo de um dos professores traduz o sentimento na Escola Municipal General Humberto de Souza Mello. A delegada da 20ª DP (Vila Isabel), Leila Goulart, responsável pelas investigações, contou que obteve informações de que a diretora está recebendo ameaças para que não leve o caso adiante ou retire a queixa.
“Não sei ainda como as ameaças estão chegando à diretora, que está traumatizada com o que aconteceu. Suas colegas me contaram que nem conseguem dormir direito e muitas acordam de madrugada, assustadas, sonhando com alunos batendo nelas”, contou a delegada. À tarde, policiais foram à escola e conversaram com a coordenadora. Ela desmentiu qualquer tipo de agressão à diretora e o quebra-quebra, contradizendo a Secretaria de Educação, que confirmou a agressão e a depredação.
Representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) levaram ontem à Câmara Municipal, à Ordem dos Advogados do Brasil e ao Ministério Público cópias de um dossiê sobre violência nos colégios, publicado ontem por O DIA. “Quando tem briga nas escolas, quem aparta é a própria diretora. No recreio, os professores fazem o papel de inspetores. E com a falta de porteiros, muitos professores deixam as salas de aula para abrirem as portas”, revelou a diretora do Sepe, Edna Félix.
Bartolomeu Brito e Christina Nascimento
ODIA – Alunos espancam diretora – 05.04.10
Educadora tentou separar briga entre estudantes de colégio municipal em Vila Isabel e foi atacada. Ameaçada de morte pelo grupo, que também depredou escola, profissional pediu afastamento. Professores temem voltar à unidade
POR MARIA LUISA BARROS
Rio – A violência voltou a se instalar dentro dos muros de uma unidade escolar. Uma diretora da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello, em Vila Isabel, foi agredida a socos e pontapés e ameaçada de morte por alunos do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano). A unidade acabou depredada e as aulas, suspensas. Assustados, professores se recusam a voltar para as salas e os pais temem mandar os filhos ao colégio. Traumatizada, a diretora pediu afastamento. O caso aconteceu há uma semana, mas só agora veio à tona após denúncia do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe).
Vidraças foram quebradas por grupo que depredou a Escola Municipal General Humberto de Souza Mello | Foto: reprodução internet
No dia 29 de março, a diretora M. tentou apartar a briga de cerca de dez estudantes no pátio da escola e acabou virando alvo do grupo. “Eles formaram uma roda ao redor dela e passaram a agredi-la. Ela caiu no chão e eles continuaram dando socos e pontapés. Até que ela conseguiu fugir e se trancar no banheiro junto com outros funcionários”, contou a diretora do Sepe Edna Félix.
PAUS, PEDRAS E FERRO
Segundo o sindicato, um dos alunos agressores foi para casa e, em seguida, voltou à escola na companhia da mãe e de outras pessoas da família que começaram a xingar palavrões e a incitar os demais alunos contra os professores. Armados com pedras, pedaços de pau e ferro, estudantes quebraram vidraças e os computadores do colégio. Outros funcionários correram e se refugiaram na cozinha.
Enquanto isso, os baderneiros arremessavam cadeiras e espalhavam documentos pelo chão. As latas de lixo foram usadas para fechar a rua em frente à escola. Segundo o Sepe, a Polícia Militar só apareceu um dia depois, por causa de denúncia da 2ª Coordenadoria Regional de Educação. A escola atende moradores do Morro dos Macacos e da Mangueira — dominados por facções criminosas rivais.
Sindicato, professores e funcionários se reúnem hoje para pedir providências à secretária municipal de Educação Cláudia Costin. O Sepe quer a contratação de agentes-educadores (antigos inspetores) e a redução no número de alunos por sala. O grupo vai apresentar dossiê da violência escolar ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), à Câmara de Vereadores e à Assembleia Legislativa (Alerj).
Enquanto isso, os baderneiros arremessavam cadeiras e espalhavam documentos pelo chão. As latas de lixo foram usadas para fechar a rua em frente à escola. Segundo o Sepe, a Polícia Militar só apareceu um dia depois, por causa de denúncia da 2ª Coordenadoria Regional de Educação. A escola atende moradores do Morro dos Macacos e da Mangueira — dominados por facções criminosas rivais.
Sindicato, professores e funcionários se reúnem hoje para pedir providências à secretária municipal de Educação Cláudia Costin. O Sepe quer a contratação de agentes-educadores (antigos inspetores) e a redução no número de alunos por sala. O grupo vai apresentar dossiê da violência escolar ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), à Câmara de Vereadores e à Assembleia Legislativa (Alerj).
Agressões contra docentes seriam comuns nas escolas
O sindicato coleciona uma série de episódios violentos recentes contra educadores em escolas públicas do Rio. Em abril de 2003, uma professora de Educação Física da Escola Municipal Rodrigo de Mello Franco, no Andaraí, foi agredida por uma mãe voluntária, que ajudava na cozinha da escola. A professora recebeu socos e mordidas da mãe de um aluno da unidade.
O sindicato coleciona uma série de episódios violentos recentes contra educadores em escolas públicas do Rio. Em abril de 2003, uma professora de Educação Física da Escola Municipal Rodrigo de Mello Franco, no Andaraí, foi agredida por uma mãe voluntária, que ajudava na cozinha da escola. A professora recebeu socos e mordidas da mãe de um aluno da unidade.
Mesmo com marcas da agressão pelo corpo e vários hematomas, o caso não veio a público por medo da professora em se expor. Na época, a vítima chegou a registrar ocorrência na delegacia, mas, como a agressora era moradora de uma comunidade no morro do Andaraí, a professora desistiu de levar adiante o inquérito.
Segundo o sindicato, a Secretaria Municipal de Educação e a Coordenaria Regional (CRE) limitaram-se a abrir sindicância e orientaram a professora a se afastar, mas mantiveram a mãe voluntária na escola.
Atualizado em 05.04.10 às 12h48 – Audiência com secretária de Educação tomará providências contra violência nas escolas
Rio – Professores da escola municipal General Humberto de Souza Mello, em Vila Isabel, e representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) conseguiram marcar uma audiência com a secretária municipal de Educação, Claudia Costin, para esta terça-feira às 18h30. O objetivo deles é fazer com que as autoridades tomem providências contra agressões sofridas por profissionais em escolas da rede.
Vidraças foram quebradas por grupo que depredou a Escola Municipal General Humberto de Souza Mello | Foto: reprodução internet
Na semana passada, uma diretora da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello, em Vila Isabel, foi agredida a socos e pontapés e ameaçada de morte por alunos do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano). A unidade acabou depredada e as aulas, suspensas. Assustados, professores se recusam a voltar para as salas e os pais temem mandar os filhos ao colégio. Traumatizada, a diretora pediu afastamento. O caso aconteceu há uma semana, mas só agora veio à tona após denúncia do Sepe.
“A falta das condições de trabalho, a falta de pessoal e a política de reduzir os investimentos em nossas escolas, trazem para dentro dela a revolta e indignação da comunidade atendida pela escola pública e vilipendiada pelo governo. E neste sentido, são os profissionais que nela trabalham aqueles que exercem o contato direto com os membros destas comunidades. A cobrança dos problemas na educação tem sido materializada através de várias agressões de alunos e membros da comunidade a nossos profissionais”, diz o sindicato em seu site.
Falta de professores, clima tendo e alunos dispensados mais cedo
Funcionários, que não quiseram se identificar, disseram que a diretora teria tentado apartar uma briga entre meninos e uma terceira pessoa – um morador da região – teria interferido. Após a confusão, o menino retornou para casa e voltou à escola mais tarde na companhia da mãe. A agressão aconteceu logo depois. Os vândalos ainda quebraram computadores e cortaram as linhas de telefone.
Nesta segunda-feira, o clima na escola municipal General Humberto de Souza Mello ainda era tenso. Os alunos tiveram de ser dispensados mais cedos – foram embora por volta de 11h30. Ainda aterrorizadas, duas professoras não foram trabalhar. O policiamento do lado de fora da escola foi reforçado com PMs do 6º BPM (Tijuca) e por uma viatura da Guarda Municipal.
De acordo com Rosilene Gomes da Silva, de 41 anos, muitas mães ainda estão apavoradas com o caso. A dona de casa tem dois filhos matriculados na escola de Vila Isabel e afirmou que já está procurando outro local para as crianças estudarem. “Ainda estou muito assustada com tudo isso e toda vez que o telefone da minha casa, fico com medo. Deixo meus filhos aqui, pois não tenho o que fazer. Mas já estou procurando outro lugar”, afirmou Rosilene.
http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/4/audiencia_com_secretaria_de_educacao_tomara_providencias_contra_violencia_nas_escolas_73314.html
sexta-feira, 19 de março de 2010
A Verdadeira dídida dos Recursos do Petróleo do Rio deJaneiro
A VERDADEIRA DÍVIDA DOS RECURSOS DO PETRÓLEO DO RIO DE JANEIRO
No dia 10 de março, a Câmara do Deputados, em Brasília, votou a emenda que distribui os royalties do petróleo de acordo com o Fundo de Participação dos Estados e dos Municípios, diminuindo a fatia dos estados produtores e aumentando o benefício de estados não produtores. Também altera regras para áreas de exploração de petróleo e gás já licitadas e em operação. Pela proposta aprovada, os royalties do pós-sal e também do pré-sal seriam divididos para todos os municípios brasileiros. Este projeto de lei ainda será discutido e votado no Senado Federal.
A partir deste fato o Governador Sérgio Cabral inicia uma grande encenação para manter intacta a arrecadação do Estado do Rio de Janeiro. Ele está convocando a população do Rio de Janeiro para um protesto “Em defesa do Rio”. O ato está convocado para esta quarta feira, 17 de março, a partir das 16 h, na Candelária. O governador Sergio Cabral disse que, sem esse dinheiro, o estado “vai falir”, e vem bancando o movimento “Em defesa do Rio”, contra a emenda.
Os servidores estaduais do Rio de Janeiro e especificamente os profissionais de educação não concordam que somente a falta do dinheiro do petróleo fará o estado falir. Na verdade, o governo Cabral, mesmo com todo dinheiro do petróleo, não vem aplicando as verbas necessárias nos serviços públicos essenciais. Um exemplo:o estado gastou pouco no ano passado, apenas 27%de sua receita com os servidores quando poderia, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, utilizar quase o dobro disso. O resultado são os baixos salários, as péssimas condições de trabalho e a terceirização. Ou seja, mesmo com o dinheiro do petróleo, o governador nunca aplicou o que deveria para que os cidadãos tivessem serviços de Segurança, Saúde e Educação dignos. É a verdadeira dívida ainda não paga com esses recursos.
Dessa forma, os profissionais de educação criticam esse arroubo de indignação do governador. Afinal, o cidadão que utiliza os serviços públicos há muito tempo desconfia que o estado já “faliu”, tamanho o abandono que ele encontra. O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação concorda que uma queda abrupta da receita em nosso estado certamente trará dificuldades, mas não aceita que os servidores “paguem o pato”, com as conhecidas conseqüências do modelo neoliberal, como atraso nos salários e ainda menos investimentos nos serviços essenciais.
Para nós, da Direção do Sepe-RJ, só é possível uma utilização correta dos recursos naturais derivados da exploração do petróleo e gás se Lula, Cabral e os deputados e senadores tomassem uma medida para acabar com os leilões e recuperar as áreas entregues às multinacionais.
Tornar a Petrobrás uma empresa 100% pública e estatal. Investir seriamente em matrizes energéticas limpas e renováveis. Criar um fundo social soberano para investir os recursos do petróleo em saúde, educação, reforma agrária, emprego, moradia, etc. Esses são alguns dos eixos do projeto apresentado hoje pelas entidades dos trabalhadores da indústria petrolífera, que são ignorados por todos os nossos governantes. Obviamente a compensação do repasse dos recursos financeiros para Estados e Municípios que sediam as atividades petrolíferas não pode ser a mesma que para outras unidades da Federação que não estão sediando esses processos. A lógica da emenda Ibsen é demagógica pois tenta repartir o bônus financeiro entre todos os município e estados mas o ônus da degradação ambiental da exploração do petróleo é concentrada naquelas regiões produtoras. Portanto a emenda deve ser derrubada por ser uma demagogia financeira que não defende os interesses nacionais efetivamente e dificulta a devida compensação ambiental
Entretanto não adianta apenas defender contra a emenda e a manutenção destes recursos sem que exista uma adequada aplicação dos mesmos. Portanto não adianta somente organizar passeata defendendo apenas a derrubada da emenda. Toda essa movimentação deve possibilitar, ao menos, uma discussão sobre os investimentos; não vai adiantar nada a emenda cair, os royalties voltarem ao normal, e o estado continuar investindo menos do que deveria nos serviços essenciais. Caso isso não seja feito todo o choro e passeata que forem feitos apenas serão encenações de preocupações com a população que, talvez, possam recobrir reais reclamações de perda econômica nos projetos e interesses individuais dos governantes destas regiões petrolíferas.
SINDICATO ESTADUAL DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO
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