quinta-feira, 29 de abril de 2010

Nasce um novo movimento climático na Bolívia

A cúpula climática na Bolívia teve seus momentos de alegria, leveza e absurdos. No fundo, porém, sente-se a emoção que esse encontro provocou: a raiva diante da impotência. A Bolívia está em meio a uma dramática transformação política, que nacionalizou indústrias e elevou como nunca as vozes indígenas. Mas suas geleiras andinas estão derretendo numa velocidade alarmante, ameaçando o fornecimento de água em duas de suas principais cidades. Os bolivianos não podem mudar seu destino por si mesmos. O artigo é de Naomi Klein.
Naomi Klein - Sin Permiso (The Nation)
Cochabamba, Bolívia. Eram 11 da manhã e Evo Morales tinha transformado o estádio de futebol numa gigantesca sala de aula, e tinha disposto organizadamente uma variedade de objetos de utilidade cotidiana: pratos de papelão, copos de plástico, capas de chuva descartáveis, xícaras feitas à mão, pratos de madeira e ponchos coloridos. Todos esses objetos desempenharam um papel para demonstrar um ponto central: para lutar contra a mudança climática necessitamos recuperar os valores dos indígenas.
No entanto, os países ricos têm pouco interesse em aprender essas lições e, ao contrário, promovem um plano que, no melhor dos casos, aumentaria a temperatura global em média dois graus centígrados. Isso implicaria o derretimento das geleiras dos Andes e do Himalaia, disse Morales a milhares de pessoas reunidas no estádio, participantes da Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra (http://cmpcc.org/). O que não era preciso dizer é que não importa o quão sustentável decida viver o povo boliviano, porque ele não tem poder para salvar suas geleiras.
A cúpula climática na Bolívia teve seus momentos de alegria, leveza e absurdos. No fundo, porém, sente-se a emoção que esse encontro provocou: a raiva diante da impotência.
Não há com que se surpreender. A Bolívia está em meio a uma dramática transformação política, que nacionalizou indústrias chave e elevou como nunca as vozes indígenas. No que concerne à sua crise existencial mais urgente, porém – o fato de que suas geleiras estão derretendo numa velocidade alarmante, que ameaça o fornecimento de água em duas de suas principais cidades -, os bolivianos não podem mudar seu destino por si mesmos.
Isso porque as ações que provocam o derretimento das geleiras não ocorrem na Bolívia, mas nas rodovias e zonas industriais dos países fortemente industrializados. Em Copenhague, os dirigentes das nações em perigo, como Bolívia e Tuvalu, argumentaram apaixonadamente em favor de um padrão na redução da emissão de gases que poderiam evitar uma catástrofe. Disseram-lhes amavelmente que a vontade política no Norte simplesmente não existia. E mais: os Estados Unidos deixou claro que não necessitava de que países pequenos como a Bolívia, fizessem parte de uma solução climática; negociaria um acordo a portas fechadas com outros emissores pesados de gases e o resto do mundo seria informado dos resultados e convidado a assinar, o que é precisamente o que se passou em Copenhague. Quando a Bolívia e o Equador se recusaram a aprová-lo, automaticamente o governo estadunidense cortou suja ajuda em 3 milhões e 2,5 milhões de dólares, respectivamente. Não é um processo gratuito, explicou Jonathan Pershing, negociador para assuntos climáticos estadunidense. (Aqui está a resposta para quem quer que se pergunte por que os ativistas do Sul rechaçam a idéia do apoio climático e, em troca, exigem o pagamento de dívidas climáticas). A mensagem de Pershing era de arrepiar: se és pobre, não tens direito a priorizar tua própria sobrevivência.
Quando Morales convidou os movimentos sociais e os defensores da mãe terra, cientistas, acadêmicos, advogados e governos a virem a Cochabamba para um novo tipo de cúpula climática, ocorreu uma revolta contra essa sensação de impotência; foi uma tentativa de construir uma base de poder em torno do direito de sobrevivência.
O governo boliviano tomou a frente nas discussões, propondo quatro grandes idéias: que se deveria outorgar direitos à natureza que a protejam da aniquilação dos ecossistemas (uma declaração universal dos direitos da mãe terra); que aqueles que violem esses e outros acordos ambientais internacionais deveriam responder legalmente (um tribunal de justiça climática seria instituído); que os países pobres deveriam receber vários tipos de compensação por uma crise que enfrentam mas que pouco contribuíram para instalação (dívida climática); e que deveria haver um mecanismo para que as pessoas ao redor do mundo expressassem seus pontos de vista sobre esses temas (um referendum mundial dos povos sobre a mudança climática).
A etapa seguinte consistiu em convidar a sociedade civil global a seguir discutindo os detalhes. Instalaram-se 17 grupos de trabalho e depois de semanas de discussão online reuniram-se em Cochabamba, com o objetivo de apresentar suas recomendações finais ao término da cúpula. O processo é fascinante mas longe de ser perfeito (por exemplo, como assinalou Jim Shultz, do Democracy Center, parece que o grupo de trabalho sobre o referendum investiu mais tempo discutindo se acrescentaria uma pergunta a respeito da abolição do capitalismo do que discutindo como se faz para levar a cabo uma consulta global). No entanto, o compromisso entusiasta da Bolívia com a democracia participativa poderia ser tomado como a contribuição mais importante da cúpula.
Isso porque, depois da débâcle de Copenhague, um tema de discussão tremendamente perigoso se tornou virótico: o verdadeiro culpado do fracasso era a própria democracia. O processo da Organização das Nações Unidas (ONU), que dá o mesmo peso a votos de 192 países, simplesmente era difícil demais de manejar. Era melhor encontrar soluções em grupos pequenos. Até vozes ambientais de confiança, como James Lovelock, caíram na armadilha. Tenho a sensação de que a mudança climática pode ser um tema tão severo como a guerra, disse Lovelock ao The Guardian, recentemente. Quiçá seja necessário pôr a democracia em pausa durante um tempo. Mas na realidade são esses pequenos grupos, como o clube privado que forçou o Acordo de Copenhague, os que propiciaram a perda de terreno e a debilidade dos acordos existentes, que por si sós são inadequados. Em troca, a política de mudança climática levada a Copenhague pela Bolívia foi escrita pelos movimentos sociais por meio de um processo participativo e o resultado final foi, até o momento, a visão mais transformadora e radical.
Com a cúpula de Cochabamba, a Bolívia tenta globalizar o que conseguiu em escala nacional e convidar o mundo a participar da redação de uma agenda climática conjunta, antes do próximo encontro sobre mudança climática da ONU, em Cancún. Nas palavras do embaixador da Bolívia nas Nações Unidas, Pablo Solón, a única coisa que pode salvar a humanidade de uma tragédia é o exercício da democracia global.
Se isso é correto, o processo boliviano poderia não só salvar ao nosso planeta, que está com temperaturas em alta, mas também as nossas democracias em vias de fracasso. Não é um mal acordo, absolutamente.

Tradução: Katarina Peixoto
Fotos: Agência Boliviana de Informação
Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16551

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Pais aprovam novas regras que dão poder a mestres

Ministério Público dará ‘consultoria’ a diretores em casos de transgressão grave
POR ANNA LUIZA GUIMARÃES
 
Rio - Diretores e professores da rede municipal já contam com dois importantes aliados para garantir o cumprimento pelos alunos do novo Regimento Escolar, que entrou ontem em vigor: o Ministério Público, que funcionará como uma espécie de consultor para casos mais graves de desobediência, e os pais dos estudantes, que aprovaram as normas. O regimento, entre outras medidas, proíbe as chamadas ‘pulseiras do sexo’, bonés e aparelhos eletrônicos nas escolas, como antecipou ontem o ‘Informe do DIA’.
 
Novo Regimento Escolar, que entrou ontem em vigor, proíbe as chamadas ‘pulseiras do sexo’, bonés e aparelhos eletrônicos nas escolas | Foto: Eduardo Naddar / Agência O Dia O objetivo é devolver aos mestres a autoridade perdida. Eles terão respaldo, por exemplo, para reter por dois dias o celular do aluno que usar o telefone em sala de aula. “Queremos resgatar a autoridade dos professores”, explicou a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, acrescentando que os educadores serão responsáveis por observar o cumprimento das determinações. A direção poderá decidir até pela transferência do aluno que insistir na transgressão.
 
Mãe de três estudantes da rede municipal em Olaria, Andrea Santos, 35 anos, elogiou as regras. “Muitos pais não entendem quando o professor toma o celular do aluno, mas esses aparelhos atrapalham a concentração”, diz Andrea, que também se preocupa com as pulseirinhas. “Até meu filho de 5 anos disse que queria. Conversei em casa, expliquei que não era bom usar a pulseira e entenderam”, contou. José Ricardo Moreira, pai de aluna de 12 anos, já faz a filha cumprir as regras: “Ela não usa celular na sala nem essa pulseira da moda. Nós conversamos com ela. As normas são ótimas. Precisam do apoio dos pais”. O professor de História Marcos Amorim lembra que o exemplo precisa vir também dos mestres: “Temos que desligar o celular também”.
 
Ontem, em escolas municipais na Tijuca, Maracanã e Praça da Bandeira, embora estivessem acostumados com esse tipo de recomendação, os alunos se assustaram ao saber, pelos professores, que a desobediência às regras poderá resultar na perda temporária dos objetos pessoais. “Ninguém quer ouvir sermão em casa”, diz a estudante da Escola Municipal Martin Luther King, na Praça da Bandeira, Dominique Lima, 14.
 
O celular é o item proibido mais polêmico. As amigas Aline Abel, 13, Adriana Brito da Silva, 12, Keitura Suane, 13, usam por recomendação dos pais. “Minha mãe quer poder falar comigo a qualquer hora. Deixo o celular para vibrar em cima da mesa”, conta Aline. E o estudante V., 17, admite usar o MP5 que ganhou dos pais para colar nas provas. “Gravo partes da matéria aqui e escuto na hora da prova. Ninguém percebe”, confessa o menino, que também usa as pulseirinhas do sexo.
 
Professora da Faculdade de Educação da Uerj e ex-diretora de escola municipal, Bertha do Valle diz que, para ser eficiente, o regimento preciso vir com empenho dos pais e ações pedagógicas pertinentes. “É preciso que as escolas tenham diálogo com alunos e que pais ajudem na aplicação dessas medidas”, diz.
 
Registro policial para transgressões graves
Segundo o coordenador da Promotoria da Infância e Juventude, Roberto Medina, a orientação à direção em transgressões graves — alunos com armas de fogo, agressões físicas ou depredação da escola — é registrar o caso na delegacia. “Nossa recomendação é que o jovem seja submetido a medidas socioeducativas cabíveis”, explicou o promotor, que elogiou o regimento: “Vai ajudar diretores e professores a agir”.
 
Moda entre crianças e adolescentes, as pulseiras são um perigoso jogo — cada cor corresponde a um ato sexual que deve ser cumprido quando o acessório arrebentar — e viraram caso de polícia. Em março, uma menina de 13 anos foi estuprada no Paraná por quatro rapazes que arrebentaram as pulseiras dela. No último dia 5, em Manaus, a morte de duas adolescentes teve como suspeita o uso de pulseiras coloridas.
 
Uma das jovens, de 14 anos, foi encontrada morta em um quarto de hotel com seis pulseiras coloridas que, segundo a polícia, foram arrebentadas pelo autor do crime. A outra possível vítima, também adolescente, foi esfaqueada na noite da Sexta-feira Santa, no bairro Valparaíso, também em Manaus. Ao lado do corpo da menor, foram encontradas duas pulseiras arrebentadas.
 
No Rio, escolas particulares têm pedido aos pais que não deixem seus filhos usarem as pulseiras.
ODIA: 15.04.2010 - http://odia.terra.com.br/portal/educacao/html/2010/4/pais_aprovam_novas_regras_que_dao_poder_a_mestres_75609.html>

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A direção do Sepe/RJ acompanha os profissionais da Educação que denunciam as agressões sofridas no local de trabalho..

Denuncias de agressão nas Escolas Públicas do Rio de Janeiro

A direção do Sepe/RJ acompanha os profissionais da educação da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello (Rua Oito de Dezembro, 275), cuja diretora foi agredida a socos e pontapés e ameaçada de morte por alunos da unidade no dia 29 de março de 2010. Cerca de dez estudantes agrediram a diretora. As conseqüências não foi maior por que a diretora conseguiu se refugiar num dos banheiros da escola junto com outros funcionários. Após a agressão os alunos promoveram uma verdadeira rebelião na unidade, depredando as instalações da cozinha e virando as latas de lixo no pátio e na rua Oito de Dezembro, no Maracanã. A escola fechou nos dias 30 e 31 de março e a diretora foi afastada pela SME “preventivamente”.
Na manhã desta segunda (dia 05 de abril), a direção do sindicato, juntamente com profissionais da escola está no Centro Administrativo São Sebastião (Praça Onze), sede da prefeitura, onde tentam conseguir uma audiência com a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, para apresentar a denúncia do ocorrido e exigir providências imediatas da secretária e garantias para os profissionais que trabalham na unidade, que voltou a reabrir as portas parcialmente nesta manhã. O Sepe entregará um dossiê sobre a violência escolar ao Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Câmara de Vereadores e Assembléia Legislativa. Já que as agressões contra profissionais da educação no ambiente escolar estão se tornando uma constante.



Rio de Janeiro, 14 de abril

Alunos de escola municipal no Rocha apedrejam escola:

 

Cerca de 20 alunos apedrejaram hoje pela manhã as janelas da Escola Municipal José Veríssimo, no Bairro do Rocha, Zona Norte do Rio. Até a janela da Sala dos Professores foi apedrejada. Antes, os estudantes fizeram uma balbúrdia nos corredores da escola. A diretoria e os professores da unidade não sabem o motivo da confusão. A diretoria da EM José Veríssimo prestou queixa na 25ª Delegacia. O Sepe está no local, reunido com os professores.

A escola está aberta neste momento, mas os professores não estão dando aula, pois consideram que não há segurança no local. A escola só está aberta, apesar do incidente, por ordem da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).

É o segundo caso grave de violência em uma escola municipal ocorrido nas ultimas duas semanas. No final de março, alunos da EM. Gal. Humberto de Souza Mello (Maracanã) agrediram a diretora. O Sepe vem pedindo uma audiência com a secretária de Educação Claudia Costin para discutir os problemas da violência nas escolas públicas. O sindicato acredita que a carência de funcionários administrativos, tais como inspetores e vigias, piora o problema da violência.

A seguir, a carta que o Sepe protocolou na prefeitura, com o pedido de audiência:

"Em função dos últimos acontecimentos na EM General Humberto de Souza Mello e considerando que as ocorrências de agressões morais e físicas aos profissionais das escolas vem acontecendo freqüentemente na rede, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro vem por meio deste requerer a esta Secretaria todos os dados de agressões nas escolas municipais do Rio de Janeiro. É necessário que se faça, imediatamente, um levantamento de todas as agressões sofridas em escolas, no sentido de  garantir políticas públicas para a resolução a médio e curto prazo do problema.

"Na visão do sindicato o problema da violência interna nas escolas tem como um dos fatores fundamentais a carência de profissionais desta rede. Nesses sentido solicitamos também que a SME  esclareça a nossa entidade o quantitativo de profissionais, concursados, existentes, hoje em nossa escolas, enviando os quadros de todos profissionais e sua quantificação."


Relato da Regional III sobre incidente na EM Humberto de Souza Mello

Regional III esteve na 20ª DP ontem e direção prestou depoimento com base nos dados contidos no documento abaixo.
Hoje, o mesmo material será entregue no Ministério Público Estadual.

O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) vai apresentar hoje (08.04.2010), ao Ministério Público uma “noticia crime” em relação à agressão que alunos da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello (Rua Oito de Dezembro, 275 – Maracanã) fizeram à diretora daquela unidade, na semana passada. O Sindicato quer levar ao conhecimento das autoridades competentes informações sobre o incidente na EM Humberto de Souza para que as providências legais cabíveis sejam aplicadas.  Ontem (08.04.2010), a direção do Sindicato foi à 20ª DP, em Vila Isabel,  onde relatou os acontecimentos e exigiu providências das autoridades para garantir a segurança dos profissionais da Educação que trabalham nas escolas municipais, tendo em vista que tais fatos não são nenhuma novidade no cotidiano da categoria.

Veja abaixo o teor do documento:
 

Rio de Janeiro, 9 de abril de 2010.
A Regional III do Sindicato Estadual dos profissionais da Educação do Rio de Janeiro vem através do presente documento, pedir a este órgão intervenção junto à Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, no sentido de exigir providências para a resolução dos problemas de violência vividos pelos profissionais e alunos da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello situada em Vila Isabel.

Agressão à diretora e depredação de escola em Vila Isabel

Na segunda-feira, dia 29 de março, a EM General Humberto de Souza Mello foi vítima de uma agressão sem precedentes no Rio de Janeiro. A escola sofreu vários incidentes de brigas que culminou com tumultuo generalizado, ocasionando agressão física e moral à diretora da escola e depredação do patrimônio público, com sérios riscos para a integridade física de profissionais e alunos.  A violência ultrapassou o espaço físico da escola, havendo interdição da rua por latões de lixo.  A partir de uma briga entre três alunos da escola, a direção que então tentava apartar a briga, passou a ser agredida. Um grupo de alunos então iniciou uma ação de depredação de parte do patrimônio da escola: arremesso de cadeiras; furto de materiais dos alunos menores; quebra de vidraças; furto de facas da cozinha e invasão da dispensa. Neste momento houve pânico generalizado com alunos e profissionais chorando. Os adolescentes desciam as escadas gritando palavras de baixo calão, com ameaças de atear fogo na escola e ameaça à vida da diretora. A sala de professores foi invadida. Arrombaram armários, danificaram computadores e outros utensílios e arrancaram o fio de telefones. Espalharam açúcar pelo chão, jogaram pedras em muitos vidros das janelas, espalharam lixo pelo corredor, pátio e escadas, como comprovam algumas fotos em anexo. Uma criança arremessou latões de coletas de lixo seletivo por cima do muro da escola, para o fechamento da rua. Alguns alunos saíram da escola aos gritos de: “A Mara não sairá viva daqui”. Em meio a todo esse conflito, O aluno que teria agredido a diretora, saiu da escola e voltou em seguida com sua mãe e mais alguns amigos ou familiares. Entraram na escola aos gritos de ameaça de agressão e depredação da escola. Professores, funcionários e alunos que aguardavam serem buscados, tiveram que se esconder dentro da cozinha e banheiros em função das pedras que foram lançadas contra as janelas.
A escola já tinha sido vítima de outras agressões ao longo dos últimos anos e mesmo ainda este ano. Recentemente, um dos alunos torceu o braço de uma funcionária administrativa, obrigando-a a abrir o portão, causando o afastamento da servidora, até os dias atuais.
Conta ainda a escola que na semana anterior aos fatos, a Diretora adjunta teria sido atingida por uma cadeira pelo mesmo aluno agressor da diretora.
A comunidade escolar sente-se coagida, ameaçada, escorraçada e aviltada, segundo seus próprios depoimentos.
Segundo relatos, a  direção da escola apenas fazia o que qualquer direção de escola hoje faz. Atuava como agente educador, já que na escola não existe esta função. A bem da verdade, a função do antigo inspetor de alunos (o agente educador) já está praticamente extinta em toda a rede.
A Escola General Humberto de Souza Mello tem cerca de 800 alunos distribuídos em três andares e já havia feito várias ocorrências de agressões até o ano passado à 2ª CRE, sem que nenhuma providência fosse tomada.
Além deste episódio que chegou a ser divulgado em toda a mídia, houve também um outro na mesma Unidade Escolar, onde em 2005 uma aluna do Ensino Infantil, de 4 anos morreu ao cair de um basculante (janela da sala de aula) e até hoje nenhuma providência foi tomada. Sequer o telamento dos basculantes das salas de aula foi feito. Naquela ocasião a professora da turma possuía 25 alunos em uma turma de alunos com 4 e 5 anos e não tinha nenhum professor auxiliar. Além da escola continuar sem  nenhum agente educador(inspetor), ou professor auxiliar para o Ensino Infantil,  nada mudou desde então.

O que fazer para mudar?

Como o Sepe vem alertando há alguns anos, a falta das condições de trabalho, a falta de pessoal e a política sistemática dos governos da Prefeitura do Rio de Janeiro, de reduzir os investimentos nas escolas públicas, trazem para dentro dessa escola a revolta e a indignação da comunidade escolar. São os profissionais que nela trabalham aqueles que exercem o contato direto com os membros destas comunidades. A cobrança dos problemas na educação tem sido materializada através de várias agressões de alunos e membros da comunidade aos nossos profissionais.
A substituição de profissionais concursados por voluntários e estagiários, demonstra bem o tamanho dessa omissão e descaso. Precisamos de uma escola onde o ambiente pedagógico seja resgatado. Uma escola que produza e construa o conhecimento de alunos e profissionais numa relação de troca amistosa. Para este resgate a população precisa conviver com uma escola com qualidade, que não seja apenas o depósito de crianças ou que tenha a função meramente de uma “creche de luxo” para que a comunidade possa exercer atividades para sua sobrevivência.
Precisamos de choque de investimento e já!
Medidas fundamentais para conter a violência na EM General Humberto de Souza Mello  e nas escolas da rede municipal:
•                    Redução do número de alunos por sala de aula. Plano de construção de novas unidades escolares.
•                    Chamada do banco de espera e novos concursos para funções como agentes educadores, porteiros, professores e merendeiras e agentes de secretaria. Todas as funções dentro das escolas tem a sua importância no que diz respeito a garantia de um ambiente pedagógico e de normalidade escolar.
Os porteiros e inspetores (agentes educadores)- O porteiro é fundamental para garantir a normalidade do acesso e tranqüilidade na porta da escola, assim como o agente educador para garantir a tranqüilidade nos corredores, pátios, escadas, banheiros… Mas não adianta colocar um agente educador em algumas escolas. O agente educador deve ser em número proporcional  ao quantitativo de alunos por escola. Nada pode substituir nossos profissionais. A substituição de profissionais concursados por voluntários e estagiários, demonstra bem o tamanho da omissão e descaso do governo. Precisamos de uma escola onde o ambiente pedagógico seja resgatado.
o       A valorização profissional de nossos trabalhadores da educação é parte fundamental neste resgate. Os baixos salários levam nossa categoria a uma sobrecarga de trabalho para garantir sua subsistência.
•                    Um outro fator é a desorientação e os problemas psicológicos, reflexos, muitas vezes, das condições sociais de nossos alunos. Alunos já com algum tipo de envolvimento no mundo do tráfico e com drogas, precisam de acompanhamento psicológico e de orientação de nossos profissionais. É necessário retomar algumas funções específicas para o desenvolvimento destes alunos.
Para a orientação de alunos e pais precisamos de profissionais psicólogos e orientadores educacionais dentro das escolas. Estes profissionais teriam condições de treinamento e de acompanhamento dos problemas que atingem nossos alunos. Problemas de várias matizes, desde as dificuldades em aprendizagem, quanto o envolvimento com o mundo da marginalidade.
A contratação de psicólogos e orientadores educacionais para trabalhar com os alunos com dificuldade em aprendizagem e com possível envolvimento com drogas tem que ser, hoje, uma das prioridades para as escolas. A dificuldade de aprendizagem é um dos fatores mais comuns no aparecimento da violência nas escolas. Alunos frustrados por sua incapacidade no acompanhamento dos conteúdos trabalhados em sala de aula, normalmente são eles os mais propensos a atitudes de violência e revolta. O tratamento para estes alunos não é oferecido atualmente pela rede municipal. Deixando a cargo dos professores a tarefa de tentar auxiliá-los, o que extrapola a capacidade e a formação de nossos profissionais.
•                    o Tempo para planejamento O tempo de planejamento para os professores organizarem suas aulas já é praticamente  inexistente. A reunião que é feita pela escola em centros de estudos, hoje serve apenas para serem repassadas as últimas orientações das CREs e SME. Por isso sem tempo para planejarem aulas, os professores quase sempre tem que improvisar. E a falta de planejamento sempre foi um fator que contribui para a perda do controle  da turma. Além de não permitir que possamos elaborar aulas interessantes e que agucem a participação e o interesse dos alunos.
•                    Os baixos salários e a desvalorização profissional que leva nossos profissionais a trabalharem além do que seria aceitável, provocando assim o esgotamento destes profissionais.
•                    Para aplicação destas propostas, o governo precisa parar imediatamente de repassar verbas para empresas e suas fundações. É preciso direcionar toda a verba destinada a educação, à melhoria de nossas condições salariais e de trabalho.
o                  Não podemos deixar de citar a verdadeira campanha produzida como por exemplo as cartilhas entregues aos responsáveis por alunos, no início deste ano, onde é dito ao pai de aluno que vá a escola cobrar do professor isso ou aquilo e que denuncie a SME os profissionais de sua escola. Dessa forma a Prefeitura estimula a revolta da comunidade contra profissionais. Inverte os papéis e leva a comunidade acreditar que os responsáveis pela falta de qualidade nas escolas, e por todas as carência que temos na educação, é do  professor, a direção enfim, a escola e não da redução de investimentos na educação feita pelo governo.
o                  Reuniões periódicas com os profissionais da escola e a comunidade para uma maior aproximação destes segmentos.
Certos do pronto atendimento deste órgão, a nossas reivindicações agradecemos desde já.

Coordenação Geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação/ Regional III

Veja abaixo a critica de alguns jornais (web).

Estudante e mãe na mira da polícia por agressão a diretora

A família e a vítima vão prestar depoimento hoje. Guardas municipais estão dentro do colégio para dar segurança
Rio – Um aluno de 12 anos e sua mãe podem responder por agredir fisicamente a diretora da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello, em Vila Isabel, dia 29. Eles ainda podem ser responsabilizados por depredação do patrimônio público, injúria e desacato. Inquérito criminal foi aberto pela delegada Leila Goulart, titular da 20ª DP (Vila Isabel). Para garantir a segurança na unidade, guardas municipais foram deslocados para dentro da unidade e uma patrulha do 6º BPM (Tijuca) vigia a porta do colégio desde ontem.
Conforme O DIA noticiou ontem, com exclusividade, no dia 29, a diretora M. apartou a briga entre dois alunos e chamou a mãe de um deles na escola. Segundo a delegada Leila, antes da chegada da mãe, o jovem, morador do Morro da Mangueira, começou a destruir vidraças com pedradas.
Contrariada com a repreensão pelo comportamento do filho, a responsável xingou a professora e arrancou os fios do telefone. O menino bateu na diretora. “Em vez de a mãe chamar a atenção do filho, fez o contrário: invadiu a sala da secretaria aos gritos, começou a quebrar as coisas, e insuflou os colegas de sala do filho, que começaram a aplaudi-la e também depredaram a escola”, contou a delegada Leila.

DEPOIMENTOS HOJE

Abalada, a diretora entrou de licença médica e não registrou a violência física. Hoje, às 11h, estão previstos os depoimentos da mãe e do estudante na 20ª DP. Ele deverá responder aos crimes na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), por ser menor. Em seguida, a diretora prestará novo depoimento. Peritos também vão ao colégio.
Ontem de manhã, a escola funcionou normalmente, mas a maior parte dos 600 alunos não foi às aulas e duas professoras faltaram. Normalmente, 76 docentes trabalham na unidade de ensino.
“Isso aqui é um barril de pólvora. Não é qualquer professor que aguenta esses alunos”, desabafou vizinha da escola, amiga de uma professora de lá.

PREOCUPAÇÃO
 
Uma semana antes da agressão à diretora, merendeira teve o braço torcido por outro estudante. Mãe de dois alunos de 10 e 4 anos, a dona de casa Rosilene Gomes da Silva, 41 anos, estava apavorada: “Pensei muito antes de trazer meus filhos para a aula. Deixo eles aqui com muita preocupação. Volta e meia tem muita confusão na escola. Quando o telefone lá em casa toca no horário em que eles estão na aula, fico com o coração apertado”.
Cinco dias antes, outro estudante da unidade agrediu merendeira
Apenas cinco dias antes do episódio envolvendo a diretora, uma merendeira, de 44 anos, também sofreu violência física na Escola Municipal General Humberto de Souza Mello. Pior: o agressor seria um irmão mais novo do aluno, que foi pivô da briga que resultou em quebra-quebra no dia 29 de março.
“Estava com o braço direito operado e, por isso, fui trabalhar no pátio. Esse menor, que deve ter 10 anos, disse que queria sair. Respondi que não. Ele, então, pegou meu braço e começou a torcer. As dores foram insuportáveis. A palavra ‘não’ para muitos alunos daquela escola é inadmissível”, contou a merendeira. A agressão resultou numa tendinite traumática e, por isso, a merendeira está de licença médica até o dia 4 de maio.
A Secretaria Municipal de Educação disse que o caso da merendeira foi relatado ontem pelos professores e que foi determinada abertura de sindicância para apurar os fatos.
Secretária de Educação foi à unidade acalmar servidores
A secretária municipal de Educação, Claudia Costin, foi, ontem, prestar solidariedade à equipe de professores e à direção da escola. O órgão informou que ficou sabendo do episódio no mesmo dia em que aconteceu, mas, como era tarde e véspera do ponto facultativo, não foi possível tomar medidas administrativas.
A secretaria determinou a instauração de uma sindicância para apurar as agressões com o prazo de 60 dias para conclusão. Em reunião com os professores, Costin decidiu que a Guarda Municipal ficará na escola até que os agentes educadores sejam encaminhados para a unidade. Três mães educadoras passarão a atuar nos horários do recreio, da entrada e da saída dos alunos.
Além disso, o Conselho Escola Comunidade tomará decisões sobre a punição aos estudantes envolvidos, que podem ser transferidos.Depois de conversa com a secretária, a diretora agredida decidiu voltar a comandar o colégio quando acabar a licença médica.
Professores têm pesadelos e vítima recebe ameaças para retirar queixa
“Somos todos escravos do medo”. O desabafo de um dos professores traduz o sentimento na Escola Municipal General Humberto de Souza Mello. A delegada da 20ª DP (Vila Isabel), Leila Goulart, responsável pelas investigações, contou que obteve informações de que a diretora está recebendo ameaças para que não leve o caso adiante ou retire a queixa.
“Não sei ainda como as ameaças estão chegando à diretora, que está traumatizada com o que aconteceu. Suas colegas me contaram que nem conseguem dormir direito e muitas acordam de madrugada, assustadas, sonhando com alunos batendo nelas”, contou a delegada. À tarde, policiais foram à escola e conversaram com a coordenadora. Ela desmentiu qualquer tipo de agressão à diretora e o quebra-quebra, contradizendo a Secretaria de Educação, que confirmou a agressão e a depredação.
Representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) levaram ontem à Câmara Municipal, à Ordem dos Advogados do Brasil e ao Ministério Público cópias de um dossiê sobre violência nos colégios, publicado ontem por O DIA. “Quando tem briga nas escolas, quem aparta é a própria diretora. No recreio, os professores fazem o papel de inspetores. E com a falta de porteiros, muitos professores deixam as salas de aula para abrirem as portas”, revelou a diretora do Sepe, Edna Félix.
Bartolomeu Brito e Christina Nascimento
ODIA – Alunos espancam diretora – 05.04.10
Educadora tentou separar briga entre estudantes de colégio municipal em Vila Isabel e foi atacada. Ameaçada de morte pelo grupo, que também depredou escola, profissional pediu afastamento. Professores temem voltar à unidade
POR MARIA LUISA BARROS
Rio – A violência voltou a se instalar dentro dos muros de uma unidade escolar. Uma diretora da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello, em Vila Isabel, foi agredida a socos e pontapés e ameaçada de morte por alunos do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano). A unidade acabou depredada e as aulas, suspensas. Assustados, professores se recusam a voltar para as salas e os pais temem mandar os filhos ao colégio. Traumatizada, a diretora pediu afastamento. O caso aconteceu há uma semana, mas só agora veio à tona após denúncia do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe).
Vidraças foram quebradas por grupo que depredou a Escola Municipal General Humberto de Souza Mello | Foto: reprodução internet
No dia 29 de março, a diretora M. tentou apartar a briga de cerca de dez estudantes no pátio da escola e acabou virando alvo do grupo. “Eles formaram uma roda ao redor dela e passaram a agredi-la. Ela caiu no chão e eles continuaram dando socos e pontapés. Até que ela conseguiu fugir e se trancar no banheiro junto com outros funcionários”, contou a diretora do Sepe Edna Félix.
PAUS, PEDRAS E FERRO

Segundo o sindicato, um dos alunos agressores foi para casa e, em seguida, voltou à escola na companhia da mãe e de outras pessoas da família que começaram a xingar palavrões e a incitar os demais alunos contra os professores. Armados com pedras, pedaços de pau e ferro, estudantes quebraram vidraças e os computadores do colégio. Outros funcionários correram e se refugiaram na cozinha.
Enquanto isso, os baderneiros arremessavam cadeiras e espalhavam documentos pelo chão. As latas de lixo foram usadas para fechar a rua em frente à escola. Segundo o Sepe, a Polícia Militar só apareceu um dia depois, por causa de denúncia da 2ª Coordenadoria Regional de Educação. A escola atende moradores do Morro dos Macacos e da Mangueira — dominados por facções criminosas rivais.
Sindicato, professores e funcionários se reúnem hoje para pedir providências à secretária municipal de Educação Cláudia Costin. O Sepe quer a contratação de agentes-educadores (antigos inspetores) e a redução no número de alunos por sala. O grupo vai apresentar dossiê da violência escolar ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), à Câmara de Vereadores e à Assembleia Legislativa (Alerj).

Agressões contra docentes seriam comuns nas escolas

O sindicato coleciona uma série de episódios violentos recentes contra educadores em escolas públicas do Rio. Em abril de 2003, uma professora de Educação Física da Escola Municipal Rodrigo de Mello Franco, no Andaraí, foi agredida por uma mãe voluntária, que ajudava na cozinha da escola. A professora recebeu socos e mordidas da mãe de um aluno da unidade.
Mesmo com marcas da agressão pelo corpo e vários hematomas, o caso não veio a público por medo da professora em se expor. Na época, a vítima chegou a registrar ocorrência na delegacia, mas, como a agressora era moradora de uma comunidade no morro do Andaraí, a professora desistiu de levar adiante o inquérito.
Segundo o sindicato, a Secretaria Municipal de Educação e a Coordenaria Regional (CRE) limitaram-se a abrir sindicância e orientaram a professora a se afastar, mas mantiveram a mãe voluntária na escola.

Atualizado em 05.04.10 às 12h48 – Audiência com secretária de Educação tomará providências contra violência nas escolas

Rio – Professores da escola municipal General Humberto de Souza Mello, em Vila Isabel, e representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação  (Sepe) conseguiram marcar uma audiência com a secretária municipal de Educação, Claudia Costin, para esta terça-feira às 18h30. O objetivo deles é fazer com que as autoridades tomem providências contra agressões sofridas por profissionais em escolas da rede.
Vidraças foram quebradas por grupo que depredou a Escola Municipal General Humberto de Souza Mello | Foto: reprodução internet
Na semana passada, uma diretora da Escola Municipal General Humberto de Souza Mello, em Vila Isabel, foi agredida a socos e pontapés e ameaçada de morte por alunos do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano). A unidade acabou depredada e as aulas, suspensas. Assustados, professores se recusam a voltar para as salas e os pais temem mandar os filhos ao colégio. Traumatizada, a diretora pediu afastamento. O caso aconteceu há uma semana, mas só agora veio à tona após denúncia do Sepe.
“A falta das condições de trabalho, a falta de pessoal e a política de reduzir os investimentos em nossas escolas, trazem para dentro dela a revolta e indignação da comunidade atendida pela escola pública e vilipendiada pelo governo. E neste sentido, são os profissionais que nela trabalham aqueles que exercem o contato direto com os membros destas comunidades. A cobrança dos problemas na educação tem sido materializada através de várias agressões de alunos e membros da comunidade a nossos profissionais”, diz o sindicato em seu site.

Falta de professores, clima tendo e alunos dispensados mais cedo

Funcionários, que não quiseram se identificar, disseram que a diretora teria tentado apartar uma briga entre meninos e uma terceira pessoa – um morador da região – teria interferido. Após a confusão, o menino retornou para casa e voltou à escola mais tarde na companhia da mãe. A agressão aconteceu logo depois. Os vândalos ainda quebraram computadores e cortaram as linhas de telefone.
Nesta segunda-feira, o clima na escola municipal General Humberto de Souza Mello ainda era tenso. Os alunos tiveram de ser dispensados mais cedos – foram embora por volta de 11h30. Ainda aterrorizadas, duas professoras não foram trabalhar. O policiamento do lado de fora da escola foi reforçado com PMs do 6º BPM (Tijuca) e por uma viatura da Guarda Municipal.
De acordo com Rosilene Gomes da Silva, de 41 anos, muitas mães ainda estão apavoradas com o caso. A dona de casa tem dois filhos matriculados na escola de Vila Isabel e afirmou que já está procurando outro local para as crianças estudarem. “Ainda estou muito assustada com tudo isso e toda vez que o telefone da minha casa, fico com medo. Deixo meus filhos aqui, pois não tenho o que fazer. Mas já estou procurando outro lugar”, afirmou Rosilene.

http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/4/audiencia_com_secretaria_de_educacao_tomara_providencias_contra_violencia_nas_escolas_73314.html