Após crise, Cabral dobra gastos com publicidade
Decretos do governador elevam em 117% verba de propaganda depois que de ter sido revelada relação com empresários
13 de julho de 2011 | 0h 00Diante da crise política e de imagem ligada a denúncias de proximidade excessiva a empresários com interesses no Estado - que o atingiram em junho -, o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), mais que dobrou as verbas oficiais destinadas ao setor de publicidade e imprensa em 2011.
Em dois decretos publicados após as acusações, Cabral elevou de R$ 55,7 milhões para R$ 120,7 milhões a autorização para gastos com Serviços de Comunicação e Divulgação da Subsecretaria de Comunicação e Divulgação - elevação de 116,75%. Até ontem, foram empenhados R$ 75,6 milhões e liquidados R$ 67 milhões. O governo nega relação desse aumento com a crise.
Na sexta-feira, o governo deu início a uma forte campanha publicitária nas TVs abertas. Na segunda-feira, um filme de 60 segundos foi exibido num intervalo do Jornal Nacional, da Rede Globo, um dos mais caros espaços publicitários da TV no País.
O tema do encontro era segurança pública e pacificação de favelas - principal bandeira defendida por Cabral em sua campanha à reeleição, no ano passado.
Anúncios de páginas duplas foram publicados nas duas principais revistas de circulação nacional. De acordo com a assessoria de imprensa do Palácio Guanabara, a campanha custará R$ 8 milhões e terá duração de seis semanas. Serão 120 inserções nas TVs abertas e a cabo, anúncios de página dupla nas revistas semanais e anúncios de meia página nos principais jornais fluminenses.
Defesa. Apesar de já programado, o Estado apurou que o lançamento da campanha foi antecipado, a fim de atenuar os efeitos negativos causados à imagem do governador fluminense, desde que se tornaram públicas suas relações pessoais com o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, e com Eike Batista, do grupo EBX.
No dia 17, o governador pegou emprestado um jato de Eike para participar da festa de aniversário de Cavendish, promovida em um resort de luxo na Bahia.
A queda de um helicóptero que servia a familiares do governador e do empreiteiro foi o estopim para a pior crise política já enfrentada pelo peemedebista ao expor a amizade entre os dois. A Delta recebeu mais de R$ 1 bilhão do governo durante a gestão Cabral - 20% com dispensa de licitação. O grupo EBX obteve R$ 79,2 milhões em benefícios fiscais.
O caso provocou protestos da oposição e uma investigação por parte do Ministério Público. Doze dias após o acidente, no ápice da crise política, Cabral assinou decreto destinando R$ 35 milhões extras à publicidade. Cinco dias depois, a rubrica recebeu mais R$ 30 milhões.
Outro lado. O secretário da Casa Civil, Regis Fichtner, negou que as suplementações em publicidade sejam uma reação à crise política enfrentada por Cabral. "Não se trata de reajuste nem tem a ver com período de crise. Se você olhar a evolução do orçamento nos quatro anos do primeiro governo, sempre a comunicação começou com um orçamento pequeno e foi sendo suplementado depois", argumentou Fichtner.
"O que guia nossos gastos em publicidade é o valor do nosso contrato, que é de R$ 150 milhões. Nossa média de gastos de publicidade tem se mantido estável", acrescentou.
Para refletir:
a) O que guia é um contrato de R$ 150 milhões. Guiar é limitar?
b) R$ 150 mi fossem pouco?
c) Média de gastos diz se a média é alta ou baixa?
d) Qual é o parâmetro para esta média:
i) A valiração do aumento salarial do pessoal da Educação nos últimos 8 anos;
ii) A variação dos milhões dos acordos entre o governador e os empreiteiros;
iii) A quantidade de profissionais aque abandonam o magistério público por causa das péssimas condições financeiras e materiais da Educaçao Esatudal ou
iv) a quantidade de mentiras eleitorais que o governador sustentou?
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